Longe de ser unanimidade na seleção nos tempos em que defendia o gol do Flamengo, Júlio César, titular indiscutível da Inter de Milão, deu uma guinada completa em sua vida profissional assim que trocou o Brasil pela Itália.

Seguro e com defesas de alta dificuldade técnica, o jogador vem sendo considerado pela mídia europeia como o melhor do mundo em sua posição atualmente. Mas não se ilude com os elogios.

Em entrevista concedida para a Gazzetta dello Sport desta sexta-feira, o ex-rubro-negro creditou seu crescimento na carreira ao futebol italiano, mas descartou se empolgar com os comentários de que é o melhor goleiro do mundo no momento.

"Meu salto de qualidade aqui na Itália foi notável. Eu era um desastre saindo do gol, usava só os pés. Cresci bastante tecnicamente, melhorei minha colocação. Melhorei profissionalmente e pessoalmente também", analisou.

"Mas não me importo com classificações, pois elas são subjetivas demais. Mais que reconhecimentos oficiais, busco o reconhecimento das pessoas", emendou o companheiro de Adriano e Maicon na líder do Campeonato Italiano.

Ao falar sobre outro companheiro de profissão, o artilheiro Amauri, da Juventus, Júlio César surpreendeu e, ao invés de fazer campanha para o jogador defender a seleção brasileira, orientou o atacante a pensar com carinho na oferta para defender a Azzurra.

"Ele precisa pensar com muita calma sobre o assunto, pois, na Itália, o Amauri seria uma certeza. No Brasil, por outro lado, teria que conquistar muito em termos de credibilidade", concluiu.