No norte do Rio Grande do Sul, os produtores de soja enfrentam um problema antes do esperado: o excesso de umidade favoreceu o aparecimento de doenças e pragas.

As marcas na folha não são bom sinal. São rastros deixados por cascudos e lagartas. Não demora para encontrar o responsável pelo estrago.

“Historicamente, as pragas e doenças se manifestam com maior intensidade na segunda quinzena de janeiro, mas este ano, infelizmente a uma manifestação climática favorável a estas pragas e doenças, calor e alta umidade do ar, propiciou condições favoráveis e elas anteciparam e atacaram precocemente as lavouras”, explicou Cláudio Doro, agrônomo da Emater.

As folhas amareladas também significam que a planta não está 100% sadia.

Apesar da ocorrência de pragas e doenças na soja, a produtividade é estimada em 2.700 quilos por hectare.

O norte do Rio Grande do Sul não deve ser afetado. O que vai pesar é o custo da lavoura no bolso do agricultor.

Antoli Fauth Mello antecipou dois tratamentos para garantir a produtividade dos 450 hectares de lavoura. Um gasto extra de 35 reais por hectare. “Os fungicidas que ele vai colocar para frente são produtos bem mais caros, então isso vai encarecer. Acho que um tratamento a mais este ano”, acredita o agricultor.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de soja do Brasil, atrás de Mato Grosso e do Paraná.