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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Desmatamento está secando rios em cidade da Amazônia

Quem vê as fotos dos rios de Brasil Novo, no Pará, não imagina que aqueles pequenos cursos d’água já foram igarapés da floresta amazônica. O desmatamento, somado à criação de gado, está fazendo com que a areia ocupe o leito dos rios, tornando-os rasos e sem vida.


Quem trouxe essa notícia para o Globo Amazônia foi a leitora Agda Magali, moradora de Brasil Novo. Mas junto com o problema a internauta também mostrou o começo da solução: um grupo formado por dois professores e dois alunos de uma escola pública da cidade está tentando convencer os criadores de gado a replantar as florestas na beira dos rios – a chamada mata ciliar.

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"Fazemos esse trabalho há dois anos. Primeiro levantamos o problema em sala de aula. Depois fomos para o campo e estudamos o que estava ocorrendo com dois igarapés”, conta o geógrafo Daimon Aranha, um dos professores responsáveis pelo projeto.

Depois de fazer o diagnóstico dos rios, o grupo percebeu que havia duas saídas: plantar novas árvores, protegendo as margens dos igarapés, ou cercar as áreas e deixar que a vegetação se recompusesse sozinha. “Há lugares que está tão assoreado [cheio de areia] que o processo natural vai demorar muito”, alerta aranha.

Além de mostrar o trabalho para em escolas, ensinando crianças e adolescentes a conservar os igarapés, o grupo também já apresentou o trabalho em duas feiras de ciências, e o sucesso foi tão grande que eles receberam um convite para mostrar o projeto na Tunísia, África, na feira internacional Milset. 

Secos e sem peixes 
Além de diminuir a quantidade de água, a areia no leito dos rios também impede que peixes maiores possam viver. “O assoreamento reduz as espécies de peixe, em alguns casos quase a zero. Além disso, quando o rio está exposto, o processo de evaporação é muito grande. Na época do período seco, os rios já secam. Estamos vivendo uma situação complicada”, revela Aranha.

Segundo o professor, a principal atividade econômica da região é a pecuária, que foi instalada sem cuidado com os rios. “Quando houve a colonização, o governo orientava que a pessoa teria que desmatar 50%. O que aconteceu é que essas pessoas não foram orientadas a manter a margem dos rios”, conta.

Para Aranha, é possível fazer com que a criação de gado em Brasil Novo conviva pacificamente com a natureza, mas é necessário tomar alguns cuidados. “Não somos contra a pecuária. Queremos que as duas coisas sejam feitas ao mesmo tempo, com sucesso.”
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