O diretor operacional da Viação Xavante, Hélio Prestes, confirmou a volta da empresa barra-garcense a operar nas linhas interestaduais para Goiás e Brasília desde o dia 23 de dezembro, suspendendo a proibição imposta pela Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que impedia os ônibus da Xavante de pararem nos terminais de cidades goianas como Iporá, Goiânia e Brasília. Na véspera do natal, os usuários da empresa puderam descer normalmente nestes terminais.

Desde que surgiu a punição, os passageiros da Xavante estavam desembarcando fora dos terminais, nas calçadas em frente a bares ou lanchonetes, até mesmo de madrugada, fato que causou revolta dos moradores do Araguaia.

Segundo Hélio Prestes, a decisão favorável à Viação Xavante foi concedida pela própria ANTT, a qual reconheceu o direito da empresa fundada por Geraldo Quirino que mantém uma permissão provisória para rodar nas linhas interestaduais há 18 anos. “Eu acredito que foi um equivoco da própria ANTT em ter suspendido nossas linhas, fruto talvez de denúncias das concorrentes”, mencionou.

O diretor da Xavante disse que a empresa espera regularizar essas linhas a partir de 2011 quando o governo federal deve promover a licitação através de concorrência pública destas linhas interestaduais saindo das cidades do Vale do Araguaia no Mato Grosso passando por Goiânia e Brasília.

Além da Viação Xavante, a Barratur circula no estado vizinho também com uma permissão provisória. Hélio explicou que essa medida contra a Xavante foi conseqüência de denúncias feitas por um conglomerado poderoso do estado de Minas Gerais, que adquiriu uma empresa goiana e pretendia derrubar as cancelar as empresas barra-garcenses para não rodar mais em Goiás.

O diretor da Xavante explicou que a retaliação também iria atingir a Barratur porque objetivo deste grupo mineiro era ficar sozinho com as linhas de Goiás. “Eu acredito que essa situação será resolvida a partir de 2011 com as licitações destas linhas interestaduais” acrescentou.

O diretor desmentiu que as empresas de Barra do Garças teriam começado essa disputa colocando entraves para que as empresas goianas como Viação Maia e Expresso Araguarina rodassem no Araguaia. Usando uma política de boa vizinhança, o executivo da Xavante ressaltou que existe espaço para todo mundo e ter mais empresas circulando cria mais opções para os usuários de ônibus no leste do estado.

Sobre a informação de que uma senhora torceu o pé quando desembarcava do ônibus da Xavante em Goiânia, o diretor Hélio duvidou sobre esse fato alegando que ninguém procurou a empresa para reclamar esse incidente. “Se fosse um caso grave certamente a empresa seria acionada” destacou.

Entretanto, Hélio admitiu que a empresa perdeu alguns clientes devido ao desconforto de não parar nos terminais goianos. Ele destacou que durante o período de proibição, a empresa pediu aos motoristas que procurassem lugares mais iluminados e seguros para desembarcar os passageiros.

O diretor Hélio finalizou dizendo que quem mais perdeu com essa proibição foi a população que acostumou a utilizar os ônibus da cidade para viajar para Goiânia e Brasília e parabenizou a decisão da ANTT de voltar atrás e conceder um prazo para adequação da empresa barra-garcense.

A Viação Xavante surgiu na década de 70 com afiliada da São Luis sob comando do Geraldo Quirino, já falecido, e se tornou uma das maiores empresas de transporte urbano de Mato Grosso,  adquirindo um abraço da Satélite Norte e fundando ainda a Viação Xingu no Baixo Araguaia. Tudo com intuito de segurar as linhas. A disputa por espaço nas linhas interestaduais deve mudar a partir de 2010 pois o governo estuda um projeto para readequar o sistema brasileiro de transporte rodoviário.