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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Objetos de herdeiros do 'Clarín' são usados em exame de DNA

A polícia argentina recolheu, nesta quarta-feira, objetos pessoais dos herdeiros da dona do jornal Clarín para definir, por meio de exames de DNA, se eles são filhos ou não de desaparecidos políticos...

A polícia argentina recolheu, nesta quarta-feira, objetos pessoais dos herdeiros da dona do jornal Clarín para definir, por meio de exames de DNA, se eles são filhos ou não de desaparecidos políticos durante a ditadura militar argentina (1976-1983).


O advogado dos irmãos Marcela e Felipe, Jorge Anzorreguy, disse à BBC Brasil que o juiz do caso, Conrado Bergesio, afirmou que as provas ficarão em seu escritório, sem informar se servirão para exames de DNA.

Ele confirmou que escovas de dente e cabelos, entre outros objetos pessoais, dos jovens foram levados pelos policiais.

Marcela e Felipe requisitaram que a comparação de seus DNAs fosse feita apenas com o de duas famílias.

Mas o grupo argentino de defesa dos direitos humanos Avós da Praça de Maio deseja que os exames de DNA sejam comparados com os de várias famílias que buscam netos que poderiam ser os herdeiros.

A decisão judicial de coleta de material atendeu ao pedido do grupo, que pedia o cumprimento da Lei Nacional de Banco Genético, aprovada no ano passado e que prevê a busca de objetos pessoais de supostos filhos de vítimas daquele período, como fios de cabelos a escovas de dente, por exemplo.

"Foi uma operação sem violência policial na qual Marcela entregou, em casa, espontaneamente o material pedido pelos agentes (federais)", disse o advogado.

Anzorreguy disse que pedirá a "anulação" da ação judicial por considerá-la "ilegal e sem fundamentos".

O representante de Marcela e Felipe Herrera Noble afirmou também que havia apelado, anteriormente, contra a lei de Banco Genético, alegando que ela seria "inconstitucional".

O caso
Na terça-feira, Marcela e Felipe, filhos adotivos da dona do Clarín, Ernestina Herrera De Noble, realizaram exame de sangue no Corpo Médico Forense, do Poder Judicial, como desejavam.

As Avós da Praça de Maio tinha reclamado da iniciativa dos jovens sob argumento de que o exame de DNA não poderia ter sido feito no Corpo Médico Forense e sim no hospital Durand, que faz parte do Banco Nacional de DNA.

"Temos aqui cerca de 200 famílias registradas que procuram seus filhos e netos desaparecidos. O exame de DNA não pode ser, portanto, confrontado apenas com famílias específicas, mas com todas as que buscam seus parentes", disse à BBCBrasil o advogado das Avós da Praça de Maio, Mariano Gaitán.

O caso foi iniciado no ano 2000 quando a presidente das Avós da Praça de Maio pediu investigação para as suspeitas de que Marcela e Felipe fossem filhos de desaparecidos políticos.

Segundo o representante dos jovens, eles teriam se apresentado "espontaneamente" à Justiça em 2003.

No ano seguinte, um juiz determinou que o exame de DNA fosse realizado no Corpo Médico Forense, mas desde então surgiu uma disputa judicial sobre o local da extração de sangue e seus fins.

O grupo de direitos humanos já recuperou a identidade de 100 pessoas que ainda eram bebês quando foram entregues pelos militares a outras famílias.
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