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Sábado, 27 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Colesterol sobe em ano pré-menopausa

As mulheres sofrem um aumento considerável nos níveis de colesterol no ano que antecede a menopausa, mostra um novo estudo, publicado no "Journal of the American College of Cardiology".


Para chegar ao resultado, cientistas da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, acompanharam 1.054 mulheres ao longo de dez anos. No início da pesquisa, elas tinham, em média, 47 anos de idade. Todas chegaram ao final do período menstrual entre três e nove anos depois de o estudo ter começado.

Cerca de um ano antes do fim das menstruações, os pesquisadores observaram um aumento na taxa de LDL (o colesterol "ruim"), que se manteve após a entrada na menopausa.

Para os autores do trabalho, os dados identificam o ano anterior à menopausa como um período crítico em relação às mudanças no perfil lipídico das mulheres. Segundo eles, até agora não havia dados tão consistentes sobre os motivos do aumento do risco cardiovascular na menopausa.

"Após a menopausa, as mulheres perdem a proteção dos hormônios femininos. Aí os eventos cardiovasculares crescem entre elas e chegam a ultrapassar os homens em incidência", diz o cardiologista Carlos Scherr, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.

"Já se sabia que, quando a mulher está próxima da menopausa, os folículos ovarianos diminuem até desaparecer e, com isso, os estrogênios que eles produzem ficam baixos, o que facilita o aumento dos lípides", explica a ginecologista Angela Maggio da Fonseca, da Universidade de São Paulo.

Outro achado do estudo é que as mudanças relacionadas ao final do período menstrual não variaram em função da raça, o que sugere que a menopausa tem uma influência uniforme nos níveis de lípides na mulher. Fatores como peso, ganho de peso e uso de medicamentos também não influenciaram no resultado.

Os autores não encontraram mudanças significativas na pressão sanguínea, glicose, insulina ou fatores inflamatórios no grupo estudado.

Segundo o artigo, são necessários mais estudos para entender como tratar melhor o aumento do colesterol nessa faixa etária. Para os cientistas, as mulheres devem entender que o risco cardiovascular sofre alterações nesse período e que precisam estar mais vigilantes a mudanças no estilo de vida, como evitar ganho de peso, manter uma dieta saudável e praticar atividades físicas.

"É importante ressaltar que o controle das dislipidemias --com mudanças nos hábitos alimentares, prática de exercícios físicos e uso de drogas específicas-- constitui, nos dias atuais, um recurso valioso para a redução das doenças cardiovasculares, com menor índice de mortes causadas por elas, permitindo à população em geral melhor qualidade de vida na senilidade", diz Fonseca.

"O dado pode levar à necessidade de maior atenção nessas pacientes, mesmo porque os sintomas da doença coronariana nas mulheres podem ser atípicos", acredita Scherr.

Nível socioeconômico

Um artigo publicado recentemente na revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia apresenta o resultado de vários estudos sobre fatores de risco cardiovascular e sua relação com sexo, idade e nível socioeconômico do paciente.

Uma dessas pesquisas mostra que o nível socioeconômico influencia nos fatores de risco para as doenças cardiovasculares em mulheres.

Os pesquisadores concluem que mulheres e indivíduos mais jovens apresentam mais fatores de risco e, portanto, são fortes candidatos a desenvolver aterosclerose.
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