Durante três horas e meia a BR-158 ficou interditada na saída de Nova Xavantina para Água Boa, local onde houve a colisão entre um caminhão Ford 4000 que transportava índios xavantes e um ônibus da empresa Barratur, no qual havia apenas o motorista. A tragédia terminou com 9 mortos, de acordo com o patrulheiro Cláudio Brito, da Policia Rodoviária Federal (PRF). Ele acompanhou toda a operação para retirar corpos e encaminhar feridos, primeiramente ao hospital de Nova Xavantina. Dos setes feridos, três em estado grave foram encaminhados ao hospital de Barra do Garças.

A PRF divulgou uma lista com o nome dos mortos. Houve algumas dificuldades, por conta do sobrenome xavante e porque alguns índios não estavam portando documentos. As nove vítimas fatais foram o motorista do caminhão, também indígena, Vanderlei Xavante, 31 anos; um criança de 2 anos de idade, Leoni Xavante; Beatriz Xavante, 16; Efrain Xavante; Clarino Xavante; Constantino Xavante, 63; Isaurina Xavante 46; Nélio Xavante, 20 e mais um corpo que ainda não foi identificado, provavelmente de um xavante da reserva São Marcos que estava passeando naquela região.

O patrulheiro explicou que a maioria dos índios é da aldeia Pequi, na reserva dos Areões entre Nova Xavantina e Água Boa, e alguns eram da aldeia Felipe. Sobre as causas do acidente, o patrulheiro diz haver a suspeita de que o motorista cometeu uma ‘barbeiragem’ ao entrar no sentido contrário da pista, devido ao consumo de bebida alcoólica.

O trabalho para resgatar os feridos no que sobrou do caminhão pau-de-arara utilizado pelos índios contou com apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e moradores da cidade.

Os corpos estão no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Xavantina e devem ser liberados agora de manhã. Na região do Araguaia há mais de 12 mil índios xavantes e 860 bororos e é comum ver os índios viajando em caminhões sucateados, sem a mínima condição de trafegabilidade, sendo conduzidos por indígenas.

Lideranças indígenas já pediram providências para Fundação Nacional do Índio (Funai) para melhorar o transporte deles na região. No ano passado, houve um acidente com a mesma proporção entre Novo São Joaquim e Campinápolis, onde tombou um caminhão velho da Funai resultando na morte de quatro xavantes.

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