O presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), muda de discurso e diz até que “não faz questão” de seu partido assumir a Secretaria Municipal de Assistência Social, transferida ao PP mediante pedido de exoneração da secretária Celcita Pinheiro (DEM). “Vou conversar com os outros vereadores do PP sobre a pasta. Se eles não acharem importante, eu também não faço questão”, disparou Silva em entrevista ao Olhar Direto nesta quarta-feira (6).

O parlamentar afirmou que há quatro meses o prefeito Wilson Santos informou o PP sobre a transferência da Secretaria, mas, que até o momento não houve diálogo entre os correligionários para definir se o partido assume ou não a pasta e tampouco há consenso sobre uma indicação para o cargo.

Tentando manter postura de indiferença ao “presente” do prefeito, o vereador garantiu que em todos esses meses não pensou no assunto. Deucimar não descartou também a possibilidade de um dos três vereadores do PP, incluindo ele próprio, assumir a função.

“Vou tentar localizar o Everton Pop e Leve Levi para ver se nesta semana nos encontramos para falar sobre isso”, disse em tom de despreocupação. Apesar de demonstrar incerteza sobre a data da reunião, o presidente da Câmara explicou de imediato que após o encontro cada vereador terá prazo de 24 horas para indicar um nome. Depois, acrescentou depressa: “isto, caso a gente decida assumir a pasta, claro”.

A aparente indiferença do parlamentar contradiz o posicionamento do PP, acentuado por ele em outubro de 2009, quando o partido ameaçou abandonar a base de apoio do prefeito com a justificativa de que estaria sendo esquecido pelos tucanos.

Na época, Deucimar argumentou que embora os pepistas trabalhassem em prol da gestão de Santos dentro do Legislativo municipal, o partido estava sendo ignorado pelo prefeito, que até o momento havia destinado à sigla apenas a Secretaria de Habitação.

O estopim da revolta pepista foi a nomeação do vereador pedetista Adevair Cabral para liderar a Secretaria de Cultura. Isso porque, até o recebimento da pasta, os vereadores do PDT, embora integrassem o arco de alianças com o PSDB, mantinham na Câmara postura questionadora – às vezes quase de oposição – em relação à gestão municipal.