O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informou hoje que, em função da crise, os saques no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) subiram 11,02% em 2009, para R$ 47,38 bilhões, ante R$ 42,67 bilhões em 2008. De forma surpreendente, porém, a arrecadação também cresceu.

A alta na receita bruta do FGTS foi de 11,82% sobre o período anterior, com R$ 54,47 bilhões ante R$ 48,714 bilhões. A arrecadação líquida teve variação ainda maior, de 17,43%, ficando em R$ 7,086 bilhões contra R$ 6,034 bilhões.

O ministro atribuiu o bom desempenho na receita do FGTS aos números positivos de geração de emprego, principalmente no segundo semestre do ano. Até novembro de 2009 foram geradas 1,4 milhão de vagas líquidas.

Considerando a execução orçamentária, a diferença no uso dos recursos ano passado foi cerca de R$ 2 bilhões acima do exercício anterior, somando R$ 69,54 bilhões ante R$ 67,18 bilhões.

Esse somatório, segundo dados da Caixa Econômica Federal, gerente financeiro do FGTS, resulta do volume de saques (R$ 47,38 bilhões), desembolsos com programas de habitação, saneamento e infraestrutura urbana em R$ 15,59 bilhões; subsídios para habitação de baixa renda de R$ 15,59 bilhões (acima dos R$ 12,7 bilhões de 2008); R$ 710 milhões em precatórios por planos econômicos e R$ 3,01 bilhões direcionados ao Fundo de Investimento do FGTS.

As contratações fechadas em 2009 para financiamento de obras com recursos do FGTS somaram R$ 19,625 bilhões na área de habitação, de uma dotação de R$ 30,84 bilhões. O valor desses contratos cresceu 47,96% sobre 2008 (R$ 13,26 bilhões), impulsionados com o programa "Minha Casa Minha Vida" para moradias de baixa renda.

O financiamento à área de saneamento caiu 72,09% em relação a 2008, saindo de R$ 3,748 bilhões para R$ 1,046 bilhão. E em infraestrutura urbana, simplesmente não houve contratações, segundo o ministro do Trabalho.