A despeito da brilhante organização da Corrida de Reis, evento global realizado no último domingo, com a participação de milhares de pessoas, o evento tem retumbante sucesso turbinado por farto dinheiro público. Dezenas e/ou até centenas de milhares de reais foram "alocados" dos orçamentos públicos. Aí fica fácil promover qualquer evento. Com verba pública abundante e mais a eficiência da intrépida trupe da Vênus Platinada do Jardim Botânico, nobre bairro do Rio de Janeiro (como a Rede Globo passou a ser conhecida após a publicação do livro Muito Além do Jardim Botânico, de Carlos Eduardo Lins e Silva), tudo fica muito mais fácil. Aliás, a Prefeitura de Cuiabá e o governo do Estado deveriam, em primeiro lugar, divulgar o quanto investiram no patrocínio da Corrida de Reis para também capitalizar o evento, porque tanto o poder público municipal quanto o estadual acumulam desgastes perante a opinião pública (dengue, pendências com fornecedores, fraudes em concurso público etc). Uma coisa é certa: a Corrida de Reis é cara e quem paga a grande fatia do patrocínio é o contribuinte. O modelo tem que ser revisto. A Globo, com todo o seu poder, deveria  usar o infalível método de vender cotas para a iniciativa privada e não apenas sobrecarregar o poder público, seja em que esfera for.