O clube que antes era procurado por jovens jogadores agora convive com processos na Justiça trabalhista, movidos por atletas menores de 19 anos. A exemplo do que fizeram Oscar e Diogo, ambos de 18 anos, o meia Lucas Piazon, de 15, também busca romper seu contrato com o São Paulo. Todos alegam, principalmente, que só o clube do Morumbi sai ganhando com o acordo feito entre as partes. Há pouco tempo, porém, o São Paulo era considerado pelos jogadores um bom lugar para trabalhar. A fama do clube custou, inclusive, algumas brigas com dois de seus maiores rivais.
O Palmeiras já entrou até com um processo contra o time do Morumbi, em 2006, quando o lateral-direito Ilsinho, então com 20 anos, preferiu deixar o alviverde para acertar com o São Paulo, que foi acusado na época de aliciar o jogador. Cerca de um ano depois, o sumiço do jogador Rodrigo Pereira dos treinamentos da equipe júnior também foi atribuído no Parque Antarctica a um contato feito por um dirigente são-paulino. O caso, porém, não foi para frente.
Com o Corinthians a briga foi maior. Tanto que no dia 22 de dezembro, Andrés Sanches, presidente do clube, foi duro ao comentar o caso de Oscar, em entrevista à Rádio Jovem Pan, quando disse que o “São Paulo merece o que está acontecendo, pois roubou o Henrique do Corinthians.” Andrés se refere ao atacante que é um dos destaques da equipe são-paulina na Copa São Paulo de Futebol Júnior, que também preferiu defender o rival antes de assinar seu primeiro contrato profissional com o Corinthians.
Curiosamente, na mesma época em que Oscar entrou com o processo contra o São Paulo, Henrique foi chamado no clube para que seu contrato fosse revisto. Não compareceu, e disse que o assunto seria tratado por seu empresário, Giuliano Bertolucci, o mesmo de Oscar. A diretoria são-paulina teme que o atacante também queira cancelar seu vínculo.
Oscar teve a liminar cassada com mandado de segurança no Tribunal Regional do Trabalho e deve se reapresentar nesta quarta-feira (13) após servir a seleção brasileira sub-20 no Uruguai. Já Diogo, com audiência marcada para junho, não aparece para treinar desde segunda-feira (11) e pode ser punido pelo departamento jurídico.
Para o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, o caminho seguido pelos atletas não suja a imagem do clube.
- Não é nada que possa desgastar a imagem do clube, um dos mais transparentes do Brasil. As pessoas têm direito de reivindicar, mas a Justiça mostrou que as obrigações vêm sendo cumpridas. Por isso, estamos tranquilos e encarando com certo conforto.
