Depois de anunciar sua disposição em disputar o Senado nas eleições deste ano, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSB), disse hoje que a eventual candidatura do vice-presidente José Alencar (PRB) ao Senado Federal traz benefícios ao Estado --mesmo com a possibilidade de serem adversário diretos.
Sem descartar a possibilidade de mudar de ideia em relação à candidatura ao Senado, Aécio vislumbrou a possibilidade do vice-presidente sair vencedor na disputa. "A presença dele no quadro eleitoral é a garantia de que Minas Gerais, com a vitória dele, terá um homem de maior responsabilidade", afirmou.
Questionado qual seria a chance, de zero a cem, de sair candidato a vice-presidente na chapa do governador José Serra (PSDB) à Presidência da República, Aécio desconversou. "Hoje a minha chance é ser candidato ao Senado", disse sem descartar uma eventual mudança de planos.
Aécio e Serra participam hoje, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de cerimônia de lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da mobilidade urbana para cidades que vão sediar a Copa do Mundo de 2014.
Quem também esteve presente na cerimônia foi o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que disse não acreditar na possibilidade de o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ser indicado pelo partido como vice de Serra --numa eventual desistência de Aécio. "Eu acho isso muito prematuro", disse o prefeito.
Puro sangue
Ontem, Aécio disse que as pressões do partido para que ele saia candidato à vice-presidência da chapa de Serra não vão surtir efeito. "Os companheiros do PSDB sabem que esse tipo de pressão comigo não funciona', disse o governador durante inauguração de obra em Belo Horizonte (MG).
O mineiro confirmou que o assunto foi novamente abordado pela cúpula tucana durante almoço realizado na última segunda-feira em São Paulo. Entretanto, disse que não houve pressão por parte de seus companheiros para a composição da chamada chapa puro sangue.
Aécio, que desistiu de sua candidatura à Presidência em favor de Serra, já declarou sua intenção de se candidatar ao Senado nas eleições e trabalhar na campanha pela eleição de seu vice, Antonio Anastasia (PSDB), como governador de Minas Gerais.
