O Corinthians criou um ousado plano de marketing para contratar Ronaldo. Apostando na força de seu nome no mercado, ofereceu ao craque 80% do dinheiro arrecadado com a venda de publicidade nas mangas da camisa e no calção. A ideia alvinegra começa a fazer escola. Há quase um ano sem jogar, o uruguaio Acosta conta com um plano semelhante, mas bem mais modesto nos números, para recomeçar a carreira.

A estratégia dos empresários do atleta consiste em encontrar um patrocinador interessado em estampar sua marca no uniforme de um clube, repassando parte do valor diretamente para Acosta. O interior de São Paulo, uma das maiores vitrines do futebol nacional, é o ponto de partida. Bragantino e Botafogo, ambos da Série A-1, conversam com os agentes.

- Eu estou em contato com as empresas e meus sócios (Marcelo Robalinho e Bruno Paiva) conversam com os clubes. É um negócio interessante. Os números que recebíamos por ele não estavam agradando. Então, resolvemos colocar isso em prática para dar essa chance do Acosta recomeçar a carreira depois de tanto tempo parado – explicou o agente Marcelo Goldfarb.

A ideia surgiu pela dificuldade em encontrar um novo clube para o gringo. Acosta estava vinculado ao Corinthians até o dia 31 de dezembro do ano passado com um salário pomposo, acima de R$ 100 mil, fruto dos 19 gols que marcou pelo Náutico no Brasileirão de 2007, sendo vice-artilheiro, perdendo apenas para Josiel, do Paraná, com 20.

Depois de fraturar a tíbia da perna esquerda, em 2008, jogando pelo Timão, Acosta não mais se firmou. Sem espaço, foi emprestado ao Náutico, mas não repetiu as boas atuações. Em baixa na temporada de negociações após a competição nacional, só recebeu ofertas que não chegavam à metade de seus vencimentos no Timão.

- Não estou pensando tanto assim no dinheiro. Gostaria mesmo é de fazer uma pré-temporada, treinando normalmente para voltar a jogar. Ficar quase um ano sem entrar em campo é muito difícil – disse o meia-atacante, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.

Acosta garante que não guarda mágoa do Corinthians. Contratado como uma das grandes estrelas para a Série B, o jogador nunca conseguiu engatar uma sequência de jogos e acabou caindo na preferência do técnico Mano Menezes, em comparação com Dentinho e Herrera, titulares da equipe.

- Eu não guardo mágoa do Corinthians e nem do Mano. Ele foi um treinador que sempre me ajudou muito. A culpa foi mais minha do que dele. Tínhamos um time novo, que ainda não se conhecia. Talvez, eu poderia ter dado um pouco mais de mim – contou o gringo.