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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Saúde do Estado orienta a população quanto aos cuidados com as Hepatites Virais

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) na aplicação das políticas públicas de saúde preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS) busca envolver, informar e conscientizar a população com relação às hepatites virais para a proteção dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a proximidade das festividades carnavalescas é bom ressaltar que, embora seja pouco lembrada pela população durante os dias de festa, a hepatite B é uma enfermidade preocupante, o que leva a Saúde do Estado a orientar a população em geral para a tomada efetiva de medidas preventivas.


Dentre essas recomendações, a coordenadora do Programa Estadual de Controle das Hepatites Virais, Elziaria Teixeira, incluiu o uso do preservativo (Camisinha). A chance de pegar hepatite B numa relação desprotegida é bem maior do que a de pegar AIDS. “Tanto a hepatite B como a C são doenças silenciosas, elas não se exteriorizam durante longos anos. Elas só vêm a se manifestar quando já têm complicações, o indivíduo já está com cirrose, um câncer de fígado, uma insuficiência hepática. Isso leva décadas. Se for diagnosticada precocemente, podemos falar em até 70% de cura. Mas se o paciente já chegar com uma cirrose é muito difícil que o mesmo responda ao tratamento”, explica a coordenadora.

Existe uma vacina eficaz contra a hepatite B que faz parte do calendário de vacinação do Sistema Nacional de Imunizações. Ela é oferecida gratuitamente nos Postos de Saúde para menores de 19 anos e portadores do HIV. "Uma vez imunizada, a pessoa fica livre de contrair a doença", afirma Elziaria. Mas antes da imunização, o portador do HIV deve investigar se está infectado pelo HBV (vírus da Hepatite B).

A vacina para hepatite B deve ser feita em todos os recém-nascidos, iniciando o esquema vacinal já no primeiro mês de vida. Adultos não vacinados e que não tiveram a doença também podem fazer a vacina, que está especialmente recomendada a pessoas que cuidam de pacientes com Hepatite, aos portadores do vírus C, alcoólatras, portadores do HIV e indivíduos com outras doenças hepáticas.

Pessoas que tiveram exposição conhecida ao vírus da Hepatite (relação sexual com indivíduo contaminado, acidente com agulha) devem receber uma espécie de soro (gamaglobulina) nos primeiros dias após o contato, o que pode diminuir a chance ou, pelo menos, a intensidade da doença. Os Recém-nascidos de mães com hepatite B devem receber gamaglobulina específica e vacina imediatamente após o parto para diminuir o risco de o bebê desenvolver a doença.

Atualmente, o uso compartilhado de seringas, agulhas e outros instrumentos entre usuários de drogas, assim como relações sexuais sem preservativo (camisinha) são as formas mais preocupantes de contaminação na população. O contato acidental de sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus, com mucosa ou pele com lesões também transmitem a doença.

A hepatite C (VHC) é uma epidemia silenciosa. Não há uma vacina. "Para evitar a hepatite C, é fundamental que não haja troca de sangue contaminado entre as pessoas", alerta Elziaria, referindo-se especialmente aos usuários de drogas injetáveis.

O índice de transmissão sexual da hepatite C é muito baixo. Logo, a doença significa uma ameaça a pessoas que receberam transfusão de sangue (principalmente antes de 1993, quando a triagem sorológica para o vírus da hepatite C se tornou rotineira) e para as que usam drogas injetáveis.

Práticas comuns como ir à manicure, colocar um piercing ou ir ao dentista devem receber muita atenção. "Os objetos dos médicos e dos dentistas precisam estar muito bem esterilizados e, no caso da tatuagem, não adianta apenas usar agulha descartável, é necessário também trocar a tinta. Levar o próprio alicate de unha à manicure e não compartilhar objetos cortantes, como lâminas de barbear ou depilar, cortador de unhas, tesouras e escovas de dente, também são medidas válidas", acrescenta Elziaria.

A hepatite A pode ser prevenível pela vacina que está disponível na rede privada ou no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). A infecção pelo vírus da hepatite A pode causar uma série de sintomas, que variam desde uma infecção leve, assintomática até hepatite grave e morte. Os sintomas mais comuns incluem febre, calafrios e sensação de fraqueza generalizada, anorexia, náuseas, icterícia (amarelamento dos olhos e da pele), urina escura, fezes de cor clara, dor abdominal e fadiga.

“A prática de lavar as mãos com sabão é um fator primordial na prevenção da Hepatite (e de qualquer tipo de doença). Deve-se lavar as mãos antes das refeições, após usar o banheiro ou lidar com frutas e preparação de alimentos. Deve-se tomar sempre água filtrada e, caso não houver filtro, ferver a água antes de beber”, orientou a Coordenadora Estadual.

DADOS - De acordo com as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, com relação à hepatite A, no ano de 2007 foram notificados 298 casos, em 2008 foram 386 casos.

Para a Hepatite B, no ano de 2007, foram notificados 286 casos. Em 2008 foram notificados 273 casos. Já com relação à Hepatite C em 2007 foram 81 casos e em 2008 foram 65 casos. “Podemos até perceber um aumento em alguns tipos de Hepatite. Porém vale ressaltar que o acréscimo se deve a melhora nas informações, busca ativa de casos novos, investigação e notificação”.

O Programa Estadual de Hepatites Virais do Mato Grosso está trabalhando de forma integrada com os Municípios e tem estimulado as Campanhas de prevenção, manutenção, fornecimento das informações e incentivo ao teste de detecção, que é fundamental para evitar o avanço da doença, que tem de 50 a 80% de cura, se tratada precocemente. "As ações visam diminuir a necessidade de transplante de fígado", finalizou a coordenadora.
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