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Domingo, 05 de maio de 2024

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Soja em alerta

Focos de ferrugem asiática quase triplicam em relação à última safra

Foto: Reprodução

Focos de ferrugem asiática quase triplicam em relação à última safra
A ferrugem asiática, doença causada por um fungo que atinge a cultura de soja, está preocupando os produtores em Mato Grosso. De acordo com dados do Projeto Antiferrugem, até o último domingo (24 de janeiro) 2.692 amostras suspeitas de todas as regiões do estado foram analisadas, resultando em 195 confirmações. Esse número significa quase o dobro do registrado no mesmo período durante a safra 2008/2009, segundo dados da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso).


Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja, diz que a incidência da ferrugem vem aumentando dia a dia, por conta de fatores como a umidade. “Tem tido muita chuva, o que dificulta o tratamento do fungo”, explica.

Como no último semestre de 2009 o Estado não foi acometido pelo usual período de seca e desde setembro tem chovido bastante, o plantio da soja começou mais cedo e já tem início agora uma colheita precoce.

Essa colheita, já acometida por muitos focos da doença, deve contribuir para uma contaminação ainda mais abrangente do fungo, cujos esporos são disseminados pelo vento. “A soja de ciclo normal está fadada a sofrer com a ferrugem”, alerta Nery.

A região de Mato Grosso que mais registra focos da doença até agora é a Sul, com 125 casos, representando mais de 64% de todas as amostras confirmadas em todas as regiões. Só no município de Itiquira são 34 focos; Alto Taquari vem em segundo lugar com 20 e Guiratinga em terceiro, com 19.

Carlos Roberto Gomes Ferraz, coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária), diz que a classe produtora deve ficar em alerta, tomando todos os cuidados contra a ferrugem e acionando o Indea caso seja necessária ajuda para controlar o foco.

“O descontrole em uma propriedade significa risco e prejuízo para todos”, afirma. Ferraz acrescenta que o trabalho do órgão é preferencialmente de cunho informativo e de orientação, mas, se for preciso, será de cunho punitivo.

“Quando um produtor é notificado várias vezes e não toma providências, a legislação permite multas, interdição de propriedades e até destruição da lavoura”, alerta Ferraz.

A ferrugem

Segundo informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a ferrugem asiática foi constatada pela primeira vez no continente americano no Paraguai, em 5 de março e no Estado do Paraná, em 26 de maio de 2001. Na safra 2001/02 apresentou grande expansão, atingindo os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

A doença é favorecida por chuvas bem distribuídas e longos períodos de molhamento. Em condições ótimas, as perdas na produtividade podem variar de 10% a 80%. Estima-se que mais de 60% da área de soja do Brasil foi atingida pela ferrugem na safra 2001/02, resultando em perdas de 112.000 t ou US$ 24,70 milhões.

O fungo causa rápido amarelecimento ou bronzeamento e queda prematura das folhas, impedindo a plena formação dos grãos. Quanto mais cedo ocorrer a desfolha, menor será o tamanho dos grãos e, consequentemente, maior a perda do rendimento e da qualidade (grãos verdes). Em casos severos, quando a doença atinge a soja na fase de formação das vagens ou no início da granação, pode causar o aborto e a queda das vagens, resultando até em perda total do rendimento.
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