O Fed (Federal Reserve, o BC americano) afirmou no comunicado final da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) que o ritmo de deterioração do mercado de trabalho diminuiu desde a última reunião, em dezembro.

Na reunião, que durou dois dias e acabou hoje, o Fed resolveu manter a taxa básica de juros do país em uma banda entre zero e 0,25% ao ano, situação que se mantém desde dezembro de 2008. Porém, pela primeira vez desde então, a decisão do Fomc não foi unânime.

"As informações recebidas desde o encontro do Fomc em dezembro sugere que a atividade econômica tem mantido a recuperação e que a deterioração do mercado de trabalho está diminuindo", apontou o Fed no comunicado.

O Fed apontou ainda que há sinais de melhora dos gastos dos consumidores e dos investimentos, mas sem vigor. "Os gastos dos consumidores estão se expandindo a uma taxa moderada, mas continua a ser limitada por um mercado de trabalho fraco, pelo crescimento modesto da renda, menor preço das casas e crédito difícil", diz o Fed. "Os gastos das empresas com equipamentos e softwares parece estar melhorando, mas o investimento em infraestrutura ainda está recuando e os empregadores continuam relutantes em contratar."

Sobre o crédito, a autoridade monetária americana disse que, apesar de se manter retraído, "as condições do mercado financeiro continuam favoráveis ao crescimento econômico."

Unanimidade

Pela primeira vez desde a redução da taxa básica de juros para o atual nível, a decisão de mante-la assim não foi unânime.

O voto contrário veio de Thomas Hoenig, presidente do Fed de Kansas City. Segundo ele, as situações financeira e econômica do país mudaram o suficiente para que o efeito dos juros muito baixos por um longo período não seja garantido.

Os outros nove membros do Fomc --incluindo o chairman, Ben Bernanke, que vive a expectativa de ser reconduzido ao cargo ou não nos próximos dias-- optaram pela manutenção.