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Sábado, 04 de maio de 2024

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BNDES prevê papel menos influente e retomada do investimento privado

A concessão de crédito para a Petrobras e a linha de incentivo à produção de bens de capital impulsionaram o desempenho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em 2009, quando os desembolsos somaram o montante recorde de R$ 137,4 bilhões, 50% de incremento perante os R$ 92,2 bilhões liberados em 2008.


Para 2010, o presidente da instituição, Luciano Coutinho, projeta um desempenho bastante positivo da economia brasileira, com a consolidação da retomada dos investimentos que vem sendo observada desde a segunda metade de 2009, com exceção de setores especialmente ligados à economia externa.

O executivo disse esperar que o banco exerça um papel menos influente este ano, com o mercado privado assumindo um papel de mais destaque no fomento às necessidades de investimentos das empresas.

Seguindo esse raciocínio, Coutinho mencionou ter previsão para desembolsar pelo menos R$ 126 bilhões em 2010, mas ressaltou que o banco não vai estabelecer como meta bater o volume de desembolsos de 2009.

'Nosso desejo agora não é bater meta. Queremos ver o mercado dar mais conta do recado', afirmou, em entrevista coletiva na sede do banco.

O nível de confiança do setor privado já supera o que era observado no período pré-crise, segundo Coutinho. Por isso, salientou, as perspectivas são otimistas acerca da decisão sobre novos investimentos privados, com um crescimento expressivo na área industrial.

A indústria, por sinal, respondeu por 46% do total de desembolsos do BNDES, totalizando R$ 63,5 bilhões, alta de 62,8% frente a 2008. Contrariando algumas previsões, o desempenho do setor industrial superou até mesmo o da infraestrutura, cujos desembolsos somaram R$ 48,7 bilhões, alta de 38,6% em relação a 2008.

O forte desempenho da indústria foi liderado pela Petrobras. O setor químico/petroquímico teve o volume de desembolsos quintuplicado, chegando a R$ 25,6 bilhões, a maior parte liberada para o plano de negócios da estatal.

Outra boa parte dos desembolsos para o segmento industrial está relacionada ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento), lançado em meados do ano passado, com condições facilitadas para recuperar o investimento em bens de capital, que haviam sido afetados pela crise.

O PSI respondeu por uma carteira de R$ 37,1 bilhões no ano passado, dos quais 83% dos investimentos já foram contratados. Luciano Coutinho comentou que o programa acelerou os investimentos, garantindo, numa visão conservadora, pelo menos R$ 10 bilhões a mais do que os setores por ele atendidos iriam demandar no ano passado.

"Houve uma boa aceleração da demanda. O PSI veio na hora certa. Se tivesse sido lançado no primeiro semestre, não teria tanto efeito, pois havia muita capacidade ociosa", observou.

O executivo cobrou apoio das empresas privadas a investimentos em inovação tecnológica. Segundo ele, 0,5% dos investimentos das companhias são direcionados para esse tema. O objetivo é que, no curto prazo, isso suba para 0,65% do total.

"No médio prazo, o setor privado tem que dobrar o esforço em inovação", destacou.

Ofertas de debêntures

Coutinho disse ainda que deverá ser levada à diretoria do banco, em até duas semanas, proposta de apoio ao desenvolvimento do mercado de títulos corporativos. O BNDES vai reservar R$ 10 bilhões para apoiar as ofertas de debêntures (títulos de renda fixa emitidos por sociedade anônima para tomar empréstimo no mercado).

Ele explicou que esse montante poderá significar até R$ 50 bilhões em captações via debêntures pelas empresas, já que, para cada R$ 1 colocado pelo banco, os investidores colocam mais R$ 4.
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