Um delegado e dois agentes da Polícia Federal de Mato Grosso devem responder a procedimento administrativo para apurar a denúncia de “ameaça” e “constrangimento” praticado por eles, na madrugada desta segunda-feira (1), em Juína, distante 735 quilômetros de Cuiabá.

Os três participam da Operação Arco de Fogo, de combate ao desmatamento na região. No entanto, teriam ido até um restaurante da cidade armados e bêbados. Lá, teriam se identificado como agentes federais e provocaram um “tumulto” no ambiente ao usar da profissão e proferir xingamentos a diversos clientes.

Não contente com a situação, um deles sacou a arma e ameaçou as pessoas que estavam no restaurante. Muitas delas saíram correndo pelas ruas e acionaram a polícia. As informações foram relatadas por sete testemunhas, em um Boletim de Ocorrência (BO) registrado pela Polícia Militar.

O Olhar Direto conversou com o capitão Anderson Luiz da Silva, da PM de Juína, que atua como comandante de área e foi o responsável pelo boletim. Ele disse que os agentes da PF agrediram verbalmente as pessoas que estavam na lanchonete e também insultaram uma garçonete.

Segundo o capitão, os clientes foram tentar defender a garçonete quando a confusão começou. “Um deles estava muito alterado e em visível estado de embriaguez. Tanto que os policiais militares tiveram que ir até a minha residência pedindo que eu fosse até o local. Ao chegar lá, um deles se apresentou como delegado”, contou.

O Boletim de Ocorrência foi encaminhado à Polícia Civil. O delegado e os dois agentes ainda não foram identificados.

Outro lado

O superintendente da Polícia Federal de Cuiabá, Oslaim Miranda, disse via assessoria de imprensa que já recebeu o comunicado do incidente do chefe da base da Operação Arco de Fogo em Juína. Ele confirmou que será instaurado um procedimento administrativo contra o delegado e os agentes. Além disso, ele ressaltou que o clima na região não é amistoso em relação à PF devido à operação.

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