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Sábado, 20 de julho de 2024

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Aventureiros abrem nova rota de escalada no Monte Roraima

Eliseu Frechou, Marcio Bruno e Fernando Leal, montanhistas que vivem em São Paulo, encararam um desafio para poucos: resolveram abrir uma nova rota para chegar...

Eliseu Frechou, Marcio Bruno e Fernando Leal, montanhistas que vivem em São Paulo, encararam um desafio para poucos: resolveram abrir uma nova rota para chegar ao topo do Monte Roraima, no extremo norte do Brasil.


O monte é mítico na comunidade escaladora do mundo inteiro. É a sétima montanha mais alta do país, com 2.734 metros de altura. Fica na fronteira com a Venezuela e a Guiana, e é um tipo de formação rochosa que parece uma mesa gigantesca esculpida pela erosão, chamada de "tepui", típica da América do Sul.

No alto existem espécies de plantas e animais que só vivem ali. Há dois anos, o mau tempo frustrou a primeira tentativa dos brasileiros. A segunda expedição começou esse ano, no dia 9 de janeiro. Eliseu, Marcio e Fernando chegaram à base do paredão de helicóptero. “Uma das características da escalada de grandes paredes é que ela é lenta. O negócio aqui é comer pelas beiradas mesmo”, comenta Eliseu.

“Acho que em nenhum lugar eu tive uma sensação tão grande de estar num lugar remoto, de estar inacessível. Ali não tem equipe de resgate, a gente não tinha condições de apelar pra nada que não fossem os nossos próprios recursos”, observa Márcio.

No quinto dia da subida, a equipe foi surpreendida pela chuva. Até a chuva passar, eles ficaram amontoados numa barraca minúscula, num platô estreito, de 1 metro por 4 metros.

“Qualquer lugar que junta três adultos em 4 metros quadrados... Não dá nem pra você deitar direito, nem pra ficar de pé direito... Foi uma tortura”, relembra Eliseu.

Pelo menos nessa ocasião havia um pedaço de chão. Durante a escalada, os montanhistas chegaram a dormir em barracas penduradas sobre o precipício.

Mas o pior mesmo foi o frio em plena floresta amazônica. “A gente teve que enfrentar temperaturas abaixo de zero grau durante a noite”, conta Márcio.

Quatro dias depois, o tempo melhorou, o que permitiu recomeçar a subida. “A vontade de chegar no final da escalada pode te levar a cometer algum erro”, analisa Marcio. Eles sabem do que estão falando, pois o clima instável no monte Roraima já provocou uma tragédia. Em 1998, o helicóptero que levava o ator Danton Mello e a equipe do programa Globo Ecologia caiu enquanto tentava pousar no topo da montanha. Um técnico de som morreu.

Mas a expedição de Eliseu, Marcio e Fernando foi um sucesso. Depois de 12 dias na montanha, finalmente chegaram ao topo do monte Roraima.
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