Um acordo fechado por líderes do governo e da oposição na Câmara dos Deputados adiou para a próxima semana a votação dos projetos do pré-sal, que estava prevista para esta quarta-feira (3). A oposição exigiu que antes do tema seja analisado pelo Congresso um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que liberou o repasse de recursos para obras da Petrobras que estão sob suspeita de irregularidades.

Pelo entendimento feito entre os líderes, uma sessão do Congresso será convocada até a próxima terça-feira (9) para analisar este veto. Após isso, a oposição se compromete a não obstruir as votações do pré-sal.

"A nossa intenção é votar o pré-sal de forma rápida. Como a oposição diz que deseja votar o veto, para encurtar este debate nos combinamos de votar o veto e eles não vão obstruir as votações do pré-sal. Com isso nós vamos votar o pré-sal na próxima semana", disse o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

O líder do PSDB, João Almeida (BA), confirmou o acordo e destacou que a oposição vai trabalhar para derrubar o veto do presidente. Para derrubar o veto é necessário ter maioria absoluta nas duas casas legislativas, 257 votos na Câmara e 41 no Senado.

Haiti

Com o adiamento da votação do pré-sal, os líderes fecharam acordo para votar nesta quarta-feira o projeto enviado pelo Executivo que concede uma ajuda financeira às famílias dos 18 militares brasileiros que morreram no terremoto no Haiti. As famílias vão receber um benefício de R$ 500 mil e os dependentes terão direito ainda a R$ 510 mensais em uma bolsa-educação. Após a aprovação na Câmara, o projeto seguirá para o Senado.

Além disso, os deputados devem debater outros temas de consenso. Um deles é a votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a alimentação como um direito do cidadão.