A negociação para que famílias de sem-terra desocupem uma área da gleba Bordolândia, no município de Bom Jesus do Araguaia, transcorre com tranquilidade segundo informou hoje (4) o delegado da Polícia Federal de Barra do Garças Bruno Rodrigues dos Santos.
 
Por telefone, Bruno conversou com outro delegado, Tomaz de Almeida Viana, que dá suporte a uma operação do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), juntamente com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para retirar as famílias de dentro da reserva ambiental da gleba.

O delegado explicou que todo assentamento que é criado tem por lei uma faixa de área de preservação que não estaria sendo respeitada pelos sem-terra que entraram na Bordolândia no final do ano passado. “O superintendente do Incra está acompanhando e, segundo o colega Tomaz, a negociação é tranquila, sem conflito”, frisou.

Mas o delegado Bruno pondera que, mesmo sendo uma negociação amigável, deve demorar alguns dias porque os sem-terra querem um compromisso do Incra que as famílias serão alojadas em outra área. O deputado estadual Adalto de Freitas (PMDB) já manteve contato com o superintendente do Incra nesse sentido para que se busque uma alternativa para o impasse.
 
A Bordolândia é uma das lutas mais antigas do Araguaia, há 18 anos cerca de 900 famílias lutam por aquela área e o acordo somente foi possível no final de 2009. Por várias vezes, os sem-terra entraram e depois foram retirados da área devido à discordância do proprietário da fazenda com relação ao valor oferecido pelo Incra pela terra.
 
O momento mais tenso da Bordolândia aconteceu no mês de junho do ano passado, quando os sem-terra fecharam a BR-158 para chamar a atenção das autoridades, e dois trabalhadores rurais foram mortos num conflito com motoristas e caminhoneiros que estavam retidos na rodovia.