O advogado Nélio Machado, que defende o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, afirmou ao UOL Notícias nesta sexta-feira (18) que não houve surpresa na postura da PGR (Procuradoria-Geral da República) em encaminhar um parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) no qual defende a manutenção da prisão preventiva de Arruda.

“O Ministério Público opinou a favor do Ministério Público. Não me surpreende. Não tem importância qualquer essa ação, salvo para ratificar a posição adversária deles”, disse o criminalista. A justificativa da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, é a de que a prisão é necessária para garantir a manutenção do curso da investigação e da ordem pública.

De acordo com Machado, não há novas estratégias da defesa, e ele está otimista e confiante na decisão do colegiado do Supremo Tribunal Federal, que decidirá sobre o pedido de habeas corpus para liberá-lo da prisão. Arruda é acusado de ter participado da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina no governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM. “Esta mistificação [contra Arruda] será desmascarada”, acredita.

O mesmo discurso foi proferido por outro integrante da defesa de Arruda, o advogado Thiago Bouza, que disse que o parecer foi “absolutamente previsível”. A afirmação foi dada na chegada à Superintendência da Polícia Federal para mais uma visita à Arruda.

Mais cedo, Flávia Arruda novamente esteve presente na PF por cerca de 40 minutos para entregar o almoço ao marido, como tem feito nos últimos oito dias. Na saída, Flávia foi interrompida por uma eleitora de Arruda, a líder comunitária de Paranoá, Terezinha de Jesus Rocha Félix, que entregou dois livros a ela como oferta de apoio à família.

Quanto à reação do governador afastado sobre o andamento do pedido de impeachment na Câmara Legislativa, Machado disse que não comentou o assunto com Arruda, que “parecia abatido, mas firme”.