O estádio de Nelspruit é um dos mais interessantes da Copa de 2010. Suas pilastras são em forma de girafa e a arquibancada é toda listrada em preto e branco, como uma zebra. Tudo por lá faz referência à riqueza natural presente na província de Mpumalanga, onde estão Nelspruit e o famoso parque nacional do Kruger. Seria, portanto, uma das maiores atrações da visita organizada pela Fifa pelos dez estádios do Mundial não fosse um detalhe: a quase 100 dias para a abertura da Copa, ainda não há grama no campo, apenas terra.

A situação provocou um claro desconforto no Comitê Organizador. Em entrevista coletiva, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, usou o bom-humor para reconhecer a falha.

- Não, ao contrário do que parece nós não vamos realizar uma Copa do Mundo de beach soccer aqui, mas de futebol - ironizou. - Tivemos que retirar a grama, por indicação dos especialistas, mas temos tempo suficiente para colocar uma nova - garantiu.

Do lado de fora, também há trabalho a fazer
A nova grama deve começar a ser replantada em duas semanas. Será a terceira tentativa de resolver o problema. Na primeira vez os especialistas contratados pela Fifa detectaram falhas na drenagem em 25% do campo e decidiram removê-lo totalmente. Foi colocado um novo gramado, que também acabou reprovado e foi retirado. Segundo o planejamento do Comitê Organizador, tudo estará resolvido dentro de oito semanas. Ou seja, apenas em maio, cerca de um mês antes da primeira partida no estádio, entre Chile e Honduras, dia 16.

- Estamos trabalhando exaustivamente e exigindo relatórios diários da situação do gramado em Nelspruit. Mas sigo confiante no nosso planejamento - explicou Valcke.

Além do gramado, o estádio de Nelspruit também apresenta problemas do lado de fora. Até agora, as obras em seu entorno ainda não terminaram. Por isso, o estádio que foi dado como concluído no final do ano passado deve ser o último a ser inaugurado dentre os dez que serão utilizados no Mundial. Lá haverá apenas quatro partidas do torneio, todas pela primeira fase. Com capacidade para 46 mil torcedores, ele custou 1,3 bilhão de rands aos cofres sul-africanos, o equivalente a R$ 300 milhões.