Os índios xavantes, apoiados por algumas etnias do Xingu, conseguiram um acordo com as autoridades de Canarana um prazo para regularizar a situação de transporte dos índios das aldeias para cidade, que acontece quase sempre nas carrocerias de caminhões pela rodovia.
O comandante da PM no Araguaia, coronel Valdemir Barbosa, informou que a reunião desta quinta-feira (4) foi mais tranqüila e conseguiu um acordo entre autoridades e lideranças indígenas, sem o desgaste que aconteceu na terça-feira(2). Naquele dia, os índios revoltados com apreensão de artesanatos deles feitos de peles e penas de animais silvestres fecharam o prédio da Câmara fazendo como reféns o chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Gaspar Saturnino, os vereadores Jocasta e o presidente da Câmara, Mauro.
A PM entrou na negociação com uma guarnição da Força Tática sob comando do capitão Soares. E nem mesmo com a presença do juiz André Barbosa Guanaes Simões os índios se intimidaram, somente desocuparam o prédio e soltaram os reféns com a devolução dos artesanatos apreendidos.
“Não tem como atender todos os pedidos dos indígenas, mas a questão do transporte foi dado um prazo para eles se regularizarem”, explicou o coronel Barbosa. Além do juiz André, promotor, delegado e vereadores da cidade participaram da audiência de hoje. As lideranças indígenas assumiram o compromisso de tirar ou renovar as carteiras de habilitação dos índios motoristas e que vão lutar junto a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para conseguir veículos adequados para o transporte deles.
Sobre os artesanatos, as autoridades devolveram as mercadorias apreendidas na terça e pediu aos índios que tenham mais critério para não utilizar pelos e penas de animais que estejam em extinção para incorrer em crimes ambientais.
O coronel Barbosa entende que o acordo foi importante porque a cidade de Canarana fica no eixo de várias aldeias pela proximidade do parque nacional do Xingu onde tem 19 etnias. Segundo comandante da PM, o que a polia vai continuar combatendo é consumo de bebida alcoólica aos índios na cidade porque coloca em risco o transporte deles para as aldeias.