Ao elogiar as regras aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite da terça-feira (2), para as eleições de 2010, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que ele próprio apresentou duas emendas inserindo dispositivos na Lei Eleitoral. Uma obrigava os partidos políticos, coligações e candidatos a divulgar nos dias 6 e 30 de setembro relatório discriminando os recursos arrecadados para a campanha. A outra acabava com as "doações ocultas", ao exigir a revelação dos doadores originais dos recursos recebidos.
- A aprovação dessas emendas significaria que teríamos a transparência antes da realização das eleições no que diz respeito à forma de contribuição para cada partido e candidato. Porém, infelizmente elas não foram aprovadas. Mas o clamor popular para que aja maior transparência foi tão grande, inclusive à luz dos episódios ocorridos no Distrito Federal, que o TSE resolveu tomar essas medidas que são muito positivas - afirmou Suplicy.
O senador destacou que a imprensa também apoiou a iniciativa do TSE. Ele leu editoriais e artigos defendendo a adoção de medidas como a que obriga os candidatos enumerar os processos judiciais aos quais respondem e apresentar certidão criminal digitalizada. Um dos textos foi o editorial de O Estado de S. Paulo intitulado "O esforço moralizador do TSE". De O Globo, Suplicy leu o artigo de opinião intitulado "Obra aberta".
Do jornal Folha de S. Paulo Suplicy leu artigo de Janio de Freitas, "A ficha ao seu alcance" e o editorial "Boas normas". O jornal saudou a tentativa de cercear as "doações ocultas" e a obrigatoriedade de os partidos indicarem a origem e o destino das contribuições. Também considerou elogiável a disposição do TSE de tornar pública a situação dos candidatos perante a Justiça.
Outro documento que o senador leu da tribuna do Plenário foi carta que ele entregou ao presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores em São Paulo, Edinho Silva, apresentando-se como pré-candidato ao governo do estado. Junto com o texto seguiram listas contendo assinaturas de mais de 3 mil filiados do PT apoiando a iniciativa de Suplicy.
Em aparte, o senador José Nery (PSOL-PA) disse que, apesar de o seu partido ter candidato a governador em São Paulo, considera que a candidatura de Suplicy engrandecerá o pleito. Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) cumprimentou o parlamentar paulista pela disposição constante de disputar prévias. Por outro lado, Cristovam opinou que ficou feliz com as medidas adotadas pelo TSE mas, ao mesmo tempo, triste pelo fato de o Congresso não ter aprovado antes as diretrizes para as próximas eleições.
