O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady, previu nesta sexta-feira que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil crescerá 9% em 2010, acima, portanto, dos 8,2% registrados em 2008. A confederação prevê ainda que o PIB brasileiro cresça 6% neste ano.

O otimismo do setor é impulsionado principalmente pelo programa "Minha Casa, Minha Vida" e pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além disso, Safady ressaltou que a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 aumentaram a demanda para a construção civil.

"Esses projetos por si só já garantem nos próximos anos investimentos de vários bilhões de dólares", afirmou.

Segundo dados da CBIC, da meta de um milhão de casas do "Minha Casa, Minha Vida", 730 mil unidades já estão em análise na Caixa Econômica Federal, sendo que 330 mil já foram contratadas. O setor encaminhou ao governo diversas sugestões para aperfeiçoar a segunda etapa do programa, que, segundo Safady, será anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 29 de março.

Entre as sugestões está o planejamento urbano de pólos urbanísticos --e não só de unidades, como ocorre hoje-- e a implementação de PPPs (Parcerias Público-Privadas) para a execução das obras.

A entidade apresentou também propostas de melhoria para o PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), como a criação de mecanismos de financiamento de projetos, a licitação apenas de obras com projetos prontos e com comprovação de desapropriação, regularização fundiária e licenciamento ambiental.

2009

Em relação a 2009, Safady afirmou que os dados que serão divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na próxima quinta-feira (11) serão "muito ruins" para o setor, trazendo uma retração de 3% a 4%.

"Não vejo razão para isso, o que nos leva a acreditar que o modelo precisa ser revisto", afirmou.

O presidente reclama que o IBGE não considera o valor agregado pelas construtoras no cálculo do PIB da construção civil, só levando em conta as compras de materiais feitas. Ele ressalta que, em 2009, as compras caíram porque, por conta da crise, muitas construtoras utilizaram estoques que já tinham.

"Na nossa conta [o crescimento em 2009] era positivo em no mínimo 2%", completou.