O Sindicato dos Servidores Públicos de Rondonópolis (Sispmur) realiza, durante toda esta quarta-feira (10), uma paralisação de protesto com início às 8h00 em frente ao Paço Municipal. Está prevista, mas não foi confirmada ainda, uma passeata pelo Centro da cidade e às 13h30 os servidores retornam para a frente da prefeitura. Às 15h seguem para o Tribunal do Júri, onde participam da sessão da Câmara Municipal de Vereadores.
Os funcionários públicos reivindicam, principalmente, o reajuste salarial de 16% prometido pelo prefeito José Carlos do Pátio (PMDB). A categoria aguarda desde novembro de 2009 para definir a questão com o Executivo municipal, mas até hoje não recebeu nenhuma proposta.
“Estamos aguardando exaustivamente desde novembro e o prefeito não discute com o Sispmur, não joga às claras. Não nos fez nenhuma proposta e também não argumentou o porquê de não dar o aumento”, reclama o presidente do Sispmur, Rubens Paulo.
Na semana passada, os servidores se reuniram com o prefeito e também com a equipe econômica da prefeitura, mas nenhum acordo foi finalizado. Em entrevista ao
Olhar Direto, Rubens explica que a categoria não descarta uma greve dos servidores. “Os servidores querem uma explicação e aumento, ele não dá nenhum, nem outro. Queremos chegar a uma solução, a um consenso, porque greve atinge toda a população, mas essa possibilidade é discutida sim”, afirmou.
Rondonópolis tem hoje cerca de 4.500 servidores públicos. Nesta quarta-feira, algumas repartições públicas estarão fechadas e as escolas municipais não terão aula.
Atrasos
A administração municipal está inadimplente com o Instituto Municipal de Previdência Social (Impro). Segundo o diretor-executivo da entidade, Josemar Ramiro, o repasse de janeiro não foi feito e o de fevereiro vence nesta quarta-feira. “Como não temos nenhuma posição até o momento acho que também não vamos receber fevereiro”, comentou.
Outra situação recente com relação aos repasses foi o atraso no pagamento aos aposentados do Impro que são de responsabilidade da prefeitura, cerca de 315, que já pertenciam à categoria antes do surgimento da entidade. “Os aposentados teriam que ter recebido no segundo dia útil, mas receberam apenas no quarto dia, o que gerou transtornos”, explicou Ramiro. O repasse mensal da categoria é de R$ 276 mil.
Josemar explicou ainda que apenas o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), cerca de R$ 140 mil, foi pago pela prefeitura em janeiro. O repasse total de cada mês varia entre R$ 600 e R$ 650 mil.
A falta de pagamento dos repasses ao Impro pode gerar prejuízos ao município, como o impedimento de firmar convênios com outras esferas públicas e de receber recursos estaduais ou federais. Ramiro acredita que há comodismo por parte da administração municipal. “Como a prestação de contas é bimestral eles acabem pagando só quando vamos prestar contas e informar que estão em atraso”, pontuou.
