De um lado, a precaução do departamento jurídico em se cercar de todos os meios para obter o melhor resultado. De outro, uma comissão técnica preocupada em encontrar a melhor programação para o time viajar para importante compromisso pela Libertadores. Está formado o impasse para que o lateral-esquerdo Roberto Carlos possa comparecer ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD/SP), onde será julgado nesta segunda-feira, dia 15 de março, em sessão a partir das 18h, com transmissão em tempo real do site Justicadesportiva.com.br.
O advogado do Corinthians, João Zanforlin, pediu na semana passada, em data anterior marcada para que o julgamento fosse realizado, o adiamento do caso, justamente alegando que desta forma o jogador poderia comparecer e prestar depoimento. Mas a ausência de Roberto Carlos pode voltar a acontecer, já que o clube paulista joga contra o Cerro Porteño, em Assunção, no Paraguai.
“Eu, na verdade, estou com o mesmo problema da semana passada, do jogador não poder depor, porque o Corinthians viaja na segunda ou na terça para o Paraguai. Se ele não puder mesmo comparecer, eu vou até desistir de usar o depoimento do jogador”, disse o defensor ao site Justicadesportiva.com.br.
Roberto Carlos foi expulso no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, no dia 28 de fevereiro. O jogador deixou o campo aos 28 minutos da etapa final. Em lance na área santista, o lateral caiu no gramado e o árbitro José Henrique de Carvalho entendeu que ele tentou simular um pênalti. Ele responde a denúncia de "assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva", como prevê o artigo 258 do CBJD.
Para Zanforlin, as imagens mostram outra coisa. “Na súmula o árbitro diz que a expulsão foi em decorrência de uma simulação, mas a imagem não mostra isso. As imagens mostram que ele corre, tenta tomar a frente do adversário, é deslocado, cai e logo depois se põe de pé. Tanto que nenhum jogador correu para cima do juiz para pedir pênalti. Eles só correram quando o Roberto Carlos foi expulso”.
A pena para Roberto Carlos pode variar de um a seis jogos de suspensão. Em caso de pena mínima, ele estará liberado para enfrentar o Grêmio Prudente no dia 13, pois já cumpriu a automática contra o Botafogo, no dia 4, e que é levada em conta no cumprimento de possível punição no TJD/SP.
Sobre o fato de ele ser punido com pena máxima, Zanforlin diz que não é possível fazer uma previsão. “Tudo preocupa em um julgamento porque não sabemos o que vai acontecer. Mas o lance não foi um ato de agressão, imprudência ou jogada violenta, ele simplesmente caiu. Então vamos tentar fazer o melhor”.
Na mesma partida em que Roberto Carlos acabou expulso, o volante Moacir também recebeu o vermelho. Aos 25 minutos do segundo tempo, ele foi punido por ter atingido a bola e o jogador Marquinhos com um carrinho frontal na disputa de bola, como relata a súmula. Moacir responde ao artigo 254 (praticar jogada violenta) do Novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). A pena e situação de Moacir são a mesma de Roberto Carlos.
Já o Corinthians responderá ao artigo 206 (dar causa ao atraso do início da realização de partida, prova ou equivalente, ou deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o início ou reinício da partida, prova ou equivalente), combinado com o artigo 30 § 2° do Regulamento Geral das Competições, onde cita que os clubes devem entrar com no mínimo oito minutos de antecedência do horário marcado para o início do jogo, e retornar a campo no máximo dois minutos antes do horário de reinício.
O atraso relatado pelo árbitro José Henrique de Carvalho na súmula da vitória santista sobre o Corinthians, no dia 28 de fevereiro, foi de dois minutos na volta do intervalo, quando o Alvinegro deveria estar em campo até 18h06, mas acabou só entrando dois minutos depois. O clube pode acabar multado de R$ 200 a R$ 2 mil, já que a pena para este tipo de infração varia de R$ 100 a R$ 1 mil por cada minuto de atraso.
