“A intenção não é apenas diminuir e sim acabar com o trabalho infantil”, definiu a coordenadora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Marci de Barros Rocha, que tem levado educação e consciência cidadã ao longo de dez anos à crianças de comunidades carentes em Cuiabá.
Atualmente 3.652 crianças são atendidas diariamente nos 15 pólos distribuídos pela capital, incluindo dois na zona rural. As mesmas são encaminhadas ao programa por meio do preenchimento de um cadastro único do Governo Federal. A idade limite é de 7 a 15 anos. Passado o prazo de idade máxima, os jovens são encaminhados para o Projovem, caso queiram.
Durante o período vago, os estudantes participam de atividades pedagógicas, culturais e esportivas. São desenvolvidos cursos de artesanato e reaproveitamento de materiais recicláveis, aulas de dança, música e teatro, além de futebol, vôlei, natação, karatê entre outros esportes.
A coordenadora ressalta que para estar inserida nas atividades do programa, a criança precisa apresentar rendimentos positivos. “Não é simples assim. Para participar dos eventos e apresentações, a criança precisa apresentar bom comportamento e bom desenvolvimento nas atividades”, explicou.
Marci lembra que as atividades não se restringem apenas a prática, mesmo nas ações esportivas são aplicadas aulas teóricas. “O aluno precisa conhecer mais sobre o que ele está fazendo, se é um determinado esporte ele vai aprender tudo sobre isso, não são apenas aulas práticas, porque isso envolve questões culturais também”.
Durante o tempo que a criança participa do projeto é traçado um perfil, que permanece sempre atualizado pelos monitores e professores. De acordo com o perfil de acompanhamento é possível registrar progressos e até mesmos os problemas enfrentados pelos jovens. Os monitores são capacitados através de cursos para lidarem com as mais variadas situações. Em casos mais delicados as crianças são encaminhadas a tratamento psicológico.
A iniciativa é do Governo Federal, mas o projeto é executado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano. Segundo a coordenadora, o objetivo é inserir na criança um caráter cidadão e fazer com que ela seja multiplicadora dessa ideologia dentro de casa. “A criança é uma multiplicadora em potencial”, ressaltou.
