Os profissionais da Área Instrumental - responsáveis por fazer os repasses constitucionais aos municípios, pregões e balanços do governo do Estado - iniciam greve geral por tempo indeterminado a partir das 9h de terça-feira (23) em decorrência de o Executivo negar encaminhamento de um projeto com o realinhamento salarial da classe à Assembléia Legislativa (AL).
“Estaremos fazendo uma série de movimentos, não baderna, para mostrar nossa insatisfação e explicar à sociedade um pouco mais sobre o profissional da área instrumental e suas atividades”, explicou Edmundo César Leite, presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental (Sinpaig).
De acordo com ele, a paralisação impossibilita a administração de efetuar pagamentos legais, fluxo de caixa e a distribuição da receita. A greve pode, até mesmo, prejudicar no tocante dos convênios públicos, segundo os argumentos de Edmundo.
“Somos o pulmão e o coração do Estado. Se pararmos, não tem pagamento, orçamento e contabilidade no que toca a área instrumental, mas é claro que não queremos isso”, pontuou o presidente sindicalista.
Edmundo contou que em novembro de 2009 foi pedido o realinhamento dos salários. Desde então, o projeto passou por todas as etapas de elaboração, inclusive pelas mãos dos secretários de Fazenda, Eder Moraes, e de Administração, Geraldo De Vitto Jr.
“Agora eles não querem enviar para Assembléia (...) dizem que não é um momento propício, que é tempo de política, mas nós não podemos ficar esperando os outros para sempre”, indignou-se o sindicalista.
Para ele, a desvalorização do funcionário é tão grande, a ponto de os aprovados em concurso público desistirem da carreira como servidor estadual. “40% daqueles que foram chamados desistiram de continuar porque o salário é muito baixo”, alegou o presidente do sindicato, o qual acusa o estado de desvaloriza o profissional instrumental.
Agora, o sindicato exige que o projeto, o qual já está elaborado, seja enviado e votado na AL. Segundo o presidente sindical, somente após a aprovação do realinhamento a categoria voltará a trabalhar.
Outro lado
A assessoria da Secretaria de Estado de Administração (SAD) informou que a categoria assinou um termo de compromisso com o governo em 2008 em que se compromete a não realizar reivindicações salariais até final de 2010. Isso porque, à época foi concedido reajuste e em maio os servidores devem receber a recomposição salarial e aumento.
A SAD adiantou também que o governo não realizará negociações com servidores em greve, portanto não deverá ter avanços nas conversações.
No projeto de lei que a categoria quer que seja enviado à Assembleia pede além do reajuste, a flexibilização para subir de classe. Atualmente, é exigido que o servidor possui títulos (pós-graduação, mestrado ou doutorado), porém os funcionários públicos querem horas de capacitação também passa a valer para elevar o nível.