A atividade da indústria paulista está se aproximando dos níveis pré-crise e deve atingir o patamar em maio, de acordo com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Os dados apontam que em fevereiro deste ano, o INA (Índice de Nível de Atividade) ainda registrava queda de 2,6% na comparação com setembro de 2008 --mês que marcou o agravamento da turbulência global.
Entre os 17 setores pesquisados pela Fiesp, seis já retornaram aos patamares de atividade registrados antes da crise. O destaque entre eles é a indústria de alimentos e bebidas, com crescimento de 12,5% sobre setembro de 2008. A fabricação de outros equipamentos de transporte vem em seguida, com 11,8%, acompanhada do setor de produtos químicos (10,4%).
Na outra ponta, os destaques negativos são edição, impressão e reprodução de gravações (-12,5%) e máquinas e equipamentos (-8,6%). Este último foi o setor mais afetado pela crise financeira, já que representa os investimentos da indústria e também foi bastante prejudicado pela queda nas exportações.
A atividade da indústria do Estado de São Paulo registrou crescimento de 1,1% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, a maior alta desde outubro de 2008. No primeiro bimestre deste ano, o índice acumula alta de 15,4%.
A previsão da Fiesp é de que a atividade feche 2010 com crescimento de 13,5% sobre o ano passado. O diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini, afirmou que uma das contribuições positivas neste ano será o setor externo. Ele projeta uma elevação de 21% nas exportações de produtos manufaturados da indústria brasileira --em 2009, houve queda de 27%.
"Se a atividade externa foi um efeito negativo em 2009, será positivo em 2010, já que a indústria terá de crescer mais sua produção para abastecer os mercados interno, que já está aquecido, e externo", disse.
Capacidade instalada
Francini relacionou a queda na utilização da capacidade instalada da indústria em fevereiro --de 78,9 em janeiro para 78,5-- à ampliação dos parques industriais e ao aumento da produtividade das empresas.
"Há um efetivo aumento da capacidade, de forma que produzindo mais, eu tenho a mesma utilização", disse ele, explicando que os investimentos feitos em 2009 estão maturando agora. "Além disso, um mesmo nível de capacidade pode gerar níveis distintos de produção, dependendo da produtividade."