A infra-estrutura logística de Mato Grosso foi um dos temas principais do 7º Seminário Internacional de Logística Agroindustrial que aconteceu no campus da Esalq/USP, em Piracicaba, na segunda-feira (29.03). Os diretores executivos da Aprosoja/MT, Marcelo Duarte Monteiro, e do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, palestrantes do evento promovido pela Esalq-Log (grupo de pesquisa e extensão em logística agroindustrial), discorreram sobre as dificuldades competitivas que a produção agropecuária mato-grossense enfrenta diante do que é considerado o maior gargalo para o crescimento econômico do estado e do país.

Foram 17 apresentações durante todo o dia versando sobre a logística no Brasil e os caminhos para a diminuição dos custos que a deficiência em estradas, ferrovias e hidrovias acarreta. A necessidade de implementação de modais hidroviários - como é o caso das hidrovias do Madeira, Paraguai-Paraná, Teles Pires-Tapajós, Juruena, Araguaia-Tocantins - foi unanimidade entre os palestrantes, além da reivindicação de investimentos maciços em ferrovias, tanto na construção de novos traçados como na recuperação e modernização da malha ferroviária existente.

A ampliação e modernização do porto de Santos (SP) também foi alvo de vários debates. Para os representantes de Mato Grosso, as alternativas mais viáveis são os portos do Norte - Itaqui, no Maranhão, Vila do Conde e Santarém, no Pará, Porto Velho, em Rondônia, e Itacoatiara, no Amazonas.

“A operação destes portos, mais a utilização das hidrovias e a conclusão das rodovias BR-163 e BR-158 trarão elevados benefícios econômicos, sociais e ambientais para toda a sociedade”, disse Ferreira durante sua apresentação, que também fez referência à importância da ferrovia Centro-Oeste, lançada recentemente e prevista no PAC II, apresentado pelo governo federal também na segunda-feira.

Para Marcelo Monteiro, “a competitividade dos produtos agropecuários aumentará significativamente quando estas obras se concretizarem e o produtor será o grande beneficiado, com redução significativa do frete”, complementou.