A filiação do ex-procurador da República Pedro Taques ao PDT não inviabiliza uma aliança entre o PP e o ‘Movimento Mato Grosso Mais’, formado hoje pelas legendas PPS, PV, PSB e PDT. A avaliação é do deputado federal Eliene Lima (PP), após ser questionado se o ingresso de Taques ao partido comandado pelo deputado estadual Otaviano Pivetta, afastaria a possibilidade do presidente da Assembleia Legislativa (AL), José Riva, um dos líderes do Partido Progressista, dividir o mesmo palanque com o ex-procurador, que em 2003 comandou a operação “Arca de Noé”. Essa operação resultou no "Caso das Calcinhas”, que deu início às denúncias, por suposta malversação de recursos públicos, contra Riva e Humberto Bosaipo, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na época primeiro-secretário da AL.

“Há muita especulação quando se fala em Riva e Pedro Taques. Não há aversão do PP com relação a Pedro Taques. O partido está aberto e livre para as discussões, independente de quem está nessa ou naquela legenda”, comenta Lima, ao dizer que continuam mantidas as discussões em torno de um apoio dos progressistas ao empresário Mauro Mendes (PSB), pré-candidato a governador.

O deputado federal comenta ainda que a mesma retórica vale para o também pré-candidato a sucessor de Blairo Maggi (PR) e atual prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). “Politicamente me desentendi com o Wilson Santos, mas isso não significa que o PP não pode se aliar a ele [Santos] nessas eleições. Mesmo porque o PP integra o arco de apoio do prefeito, através dos advogados João Emanuel, na Agência de Habitação, e Jader Martins Moraes, na secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano”, explica.

Para Eliene Lima, antes de definir qual rumo a legenda deve seguir, o partido se preocupa hoje em definir projeto político dessas eleições. “O PP hoje está focado no fortalecimento das chapas para deputado federal e estadual. Enquanto isso não se define, o partido não fechou as portas para ninguém”, finaliza Lima.