paulistana de origem humilde tem um passado bem diferente da imagem de mulher independente que passou para o público durante o reality show.

Filha temporã de uma ex-menina de rua e de um vendedor ambulante libanês, Lia já passou fome e teve que superar o trauma de ser agredida por um namorado.

QUEM: Como surgiu a ideia de ser dançarina?

ELIANE KHEIREDDINE: Desde pequena gostava de dançar, mas não tinha dinheiro para fazer aula. Só que cismei. Mas, antes, tive um problema num relacionamento. Só depois comecei a dançar.

QUEM: Que problema?

EK: Fui agredida por um namorado quando tinha 18 anos. Acreditava que ele iria parar, mas não parou. Bebia e me batia. Minha mãe é muito idosa e sempre falava que mulher virgem é que tem valor. Eu achava que não me dariam mais valor por não ser mais virgem e esse namorado foi meu primeiro homem. Por isso, aturava.

QUEM: Ninguém percebia as marcas?

EK:Eu mentia, falava que tinha me machucado. Quando a gente quer esconder, a gente esconde.

QUEM: Quanto tempo suportou as agressões?

EK: Em dois anos e meio de namoro, fui agredida durante um ano e meio. Uma vez, ele prometeu que não ia mais beber e parou por um mês. Daí, eu o vi com uma garrafa de cerveja na mão e me deu náusea. Mudei de endereço, fui transferida do trabalho e nunca mais o vi.

QUEM: Isso lhe causou algum trauma?

EK: Sim, mas encontrei pessoas que me amaram de verdade, relacionamentos saudáveis, e isso atenuou tudo. Foi difícil, mas tenho orgulho de ter superado sozinha.

QUEM: Você falou que ajudaria seus pais quando saísse do programa. É o que pretende fazer?

EK: Mesmo não ganhando o prêmio, tenho certeza de que já posso ajudá-los. Quando eu tinha 9 anos, meu pai saiu de casa e a gente passou fome. Atendendo a um pedido meu, ele voltou quatro anos depois e, com o passar do tempo, eles voltaram a se entender como casal