A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) constatou a presença de cocaína no laudo do exame toxicológico de José Luiz de Carvalho Junior, filho de um desembargador, mas o advogado de defesa,que Zoroastro Teixeira, não descarta a possibilidade de a droga ter sido ‘plantada’ por policiais. A urina foi coletada no dia 28 de novembro de 2009, na noite em que ele foi baleado por policiais quando se negou a parar o carro.

“O grande problema é que nem eu soube desse exame, nem ele soube desse exame, nem o pai dele soube desse exame”, disse o advogado, colocando em xeque a credibilidade do laudo, para depois concluir que ainda não descarta a possibilidade da droga encontrada no carro do rapaz ter sido colocada no pelos policias para justificar os tiros.

O advogado ainda questionou o fato de o processo estar tramitando na justiça militar, pois segundo ele foi um crime de caráter civil.

O carro de José Luiz foi baleado por policiais no último dia 28 de novembro quando fugia de uma viatura da Polícia Militar. Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), ele estava estacionado no bairro Areão, conhecido por abrigar bocas-de-fumo. Quando os policiais fizeram a abordagem, por volta das 5h30 da manhã, o acusado fugiu.

Informações do BO ainda dão conta que a viatura da polícia chegou a bater na traseira do carro de José Luiz, que seguiu em disparada, até ser baleado pelos policiais. Três tiros o acertaram.

Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, dois dias após o incidente, a madrasta dele, advogada Nadir Blemer, justificou a fuga. Segundo ela, a viatura da polícia estava sem identificação, o que dava a entender que era um carro qualquer. Com medo de que fosse sequestro, o rapaz teria fugido. Ela ainda nega que o rapaz consuma droga.

Cerca de 15 dias após o ocorrido, José Luiz foi indiciado e preso em flagrante pelo crime de injúria. Ele ofendeu um funcionário de um shopping da capital chamando-o de “preto” e “macaco”.