Vinícius, de 16 anos, falta na escola pelo sonho de ser jogador do Palmeiras Recém-promovido ao time principal pelo técnico Antônio Carlos Zago, o atacante Vinícius tem tido dificuldades para conciliar os estudos e a vida de jogador profissional no Palmeiras. Estudante do segundo ano do Ensino Médio, o atleta de 16 anos não aparece na escola há um mês – desde que foi promovido ao time profissional.

- A diretora tinha feito um planejamento especial para mim, mas não está dando muito certo. Eu tinha de buscar as matérias e só fazer as provas. Não consigo fazer isso por causa dos treinos, entrevistas e concentrações. Mas a minha mãe nem reclama. Ela está amando o fato do filho ser do time profissional – disse Vinícius, com um sorriso leve que entrega o aparelho nos dentes.

A estreia de Vinícius como atleta profissional do Palmeiras foi no 2 a 2 com o Rio Branco, no mês passado. No jogo disputado no interior paulista, ele entrou no segundo tempo e pouco pode ajudar a equipe. Depois, enfrentou o Mirassol como titular, também pelo Paulista, e voltou a jogar diante do Paysandu, pela Copa do Brasil, na última quarta-feira, substituindo o estreante Bruno Paulo.

- Era o meu sonho jogar no time principal. Achei que o Marcos iria se aposentar e eu não conseguiria jogar com ele. Hoje, olho para o lado e ele está lá, me apoiando. No bairro onde moro (Vila Maria, zona norte de São Paulo), as pessoas já perguntam se sou do Palmeiras. E na escola nem dá para ir porque o pessoal fica em cima. Devo isso ao Antônio Carlos, que acreditou em mim e me colocou no time profissional – comentou.

Para ir aos treinos, Vinícius depende do pai, Noel, que o leva até a Academia de Futebol de carro. Quando precisa se reapresentar cedo no CT e o rodízio de veículos não o ajuda, como nesta sexta-feira, ele dorme na casa de amigos do colégio, na zona oeste da cidade.

Neste sábado, Vinícius terá sua quarta oportunidade na equipe. Com a eliminação precoce no Campeonato Paulista, ele e outros jogadores jovens ganharão de Antônio Carlos Zago a chance de mostrarem o que sabem, na partida com o Oeste, no Palestra Itália.

- Ficamos felizes quando soubemos. A oportunidade será dada e só temos de fazer o que sabemos. Agora é ter calma, como diz o Antônio, porque não vai ser o último jogo da minha vida.