A tentativa de erradicar o analfabetismo no Brasil foi tentada por diversos governos, sem que nenhum tenha atingido seu objetivo integralmente.

A mais recente iniciativa de proporções ousadas foi feita no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o governo em 2003 com o compromisso de erradicar em quatro anos o analfabetismo. O presidente chegou a dizer, ao lançar o programa Brasil Alfabetizado, que essa meta dependia "muito menos de dinheiro" e "muito mais de disposição política".

Após os quatro anos do seu primeiro mandato, no entanto, os resultados foram pífios quando comparados com a meta de alfabetizar 20 milhões de pessoas, já que o número de analfabetos no país reduziu-se apenas em 800 mil de 2002 a 2006, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.

O fracasso dessa iniciativa fez com que o MEC reformulasse seu programa. No segundo mandato de Lula, já não havia mais a meta de erradicar o analfabetismo e optou-se por priorizar os convênios com municípios e Estados, em vez de parcerias com ONGs.

Também buscou-se que os próprios professores da rede pública, e não voluntários leigos capacitados, fossem os principais responsáveis pela alfabetização.

André Lázaro, secretário de alfabetização do MEC, diz que os erros do passado foram importantes para reestruturar o programa. "Não tratamos mais a alfabetização de adultos como uma campanha, mas como uma dimensão de política pública que atende a um direito dessa população."

Segundo ele, o MEC não faz mais metas de cima para baixo, mas acerta com cada município e Estado um objetivo. Hoje, de acordo com o secretário, somadas, as metas acertadas com cada prefeitura ou governo projetam um total de quase seis milhões de pessoas a serem alfabetizadas até 2010.