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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Girino de sapo-de-chifre sabe "cantar", diz estudo

Sapos, rãs e companhia são cantores inveterados, em especial na época do acasalamento, mas ninguém imaginava que esse "talento" começasse no berço --ou, para ser mais preciso, na fase de girino. Pesquisadores argentinos detectaram o fenômeno em larvas do sapo-de-chifre (Ceratophrys ornata), bicho muito comum nos pampas, inclusive no lado brasileiro da fronteira. Guillermo Natale e seus colegas da Universidade Nacional La Plata não só gravaram os chamados...

Sapos, rãs e companhia são cantores inveterados, em especial na época do acasalamento, mas ninguém imaginava que esse "talento" começasse no berço --ou, para ser mais preciso, na fase de girino.


Pesquisadores argentinos detectaram o fenômeno em larvas do sapo-de-chifre (Ceratophrys ornata), bicho muito comum nos pampas, inclusive no lado brasileiro da fronteira.

Guillermo Natale e seus colegas da Universidade Nacional La Plata não só gravaram os chamados dos girinos (que descrevem como "um som metálico breve, claro e muito audível") como também viram que a anatomia dos pulmões e da laringe dos filhotes aquáticos é bem parecida com a dos adultos terrestres --embora vivam na água, os girinos da espécie também já conseguem respirar ar.

Por enquanto, os dados sobre o comportamento são apenas de laboratório, publicados na revista científica sueca "Acta Zoologica".

Reações

Natale e companhia observaram a atividade dos girinos, que são carnívoros bastante agressivos, quando se defrontavam com possíveis presas (em geral, girinos de outras espécies), com companheiros de espécie agressivos ou simplesmente quando os pesquisadores cutucavam os bichos.

Diante das presas, que podem devorar de uma bocada só ou arrancando pedaços pouco a pouco, os girinos ficavam de boca fechada. Mas, quando confrontados com companheiros de espécie agressivos ou com um cutucão dos cientistas, eles emitiam um trinado, faziam um movimento rápido de cauda e saíam nadando.

Coincidência ou não, o canibalismo nos tanques experimentais praticamente não foi registrado. Os pesquisadores apostam que o "canto" na verdade é um chamado de alarme que serve justamente para evitar que os girinos da mesma espécie devorem-se uns aos outros.

Isso porque, tanto em laboratório quanto na natureza, a densidade de girinos da espécie é baixa, enquanto há muito mais larvas de espécies que servem de almoço. "Cantando", os bichos evitariam as interações canibais, ao menos em grande parte.
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