O juiz federal da Primeira Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, determinou a prisão preventiva de 12 pessoas presas na Operação Hygeia da Polícia Federal, que investiga um esquema de fraudes na Funasa. O procurador da República Mário Lúcio Avelar havia pedido a transformação da prisão temporária em preventiva de 15 acusados, porém, o magistrado não acatou o pedido contra Abel Alves Saraiva dos Santos, Rafael Bello Bastos e Welligton Fanaia Pereira. Os outros 24 acusados de envolvimento nas fraudes ganharam a liberdade, conforme consta a decisão.

Na lista de presos estão dois assessores do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB): Carlos Miranda, tesoureiro regional do PMDB; José Luis Gomes Bezerra, sobrinho do deputado. Já o secretário geral do PMDB, Rafael Belo Bastos, teve apenas o afastamento das atividades no cargo público. Os empresários Waldemir Padilha e seu irmão petista Valdebran Padilha, sendo o último conhecido como um dos "aloprados" que tentou vender em 2006 um dossiê contra o PSDB, continuam presos.

Além do presidente do Instituto Creatio, Luciano Carvalho Mesquita, e a presidente do Instituto de Desenvolvimento Humano, Econômico e Ação Social (Idheas), Maria Guimarães Bueno de Araújo, que foi presa hoje em Belo Horizonte (MG).

Afastados

O magistrado também manteve o afastamento de 13 servidores dos cargos públicos que também estão envolvidos nas fraudes, que somadas são superior a R$51 milhões, e conforme a Controladoria Geral da União (CGU) podem chegar a R$ 200 milhões. O MPF havia apresentado parecer contra 12 pessoas, e Julier resolveu incluir também Rafael Bello Bastos.

Soltos

A Justiça Federal decretou 36 mandados de prisão preventiva que venceriam nesta sexta-feira (16). Porém apenas 32 pessoas chegaram a ser presas e três continuam foragidas. Dessas, 23 ganharam a liberdade com a decisão do juiz e deverão deixar os presídios ainda na noite de hoje.

Inquérito

Conforme o Olhar Direto divulgou, a realização de perícias em documentos adiou a conclusão do inquérito da Operação para apurar supostas fraudes feitas por meio das Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Trata-se de instituições sem fins lucrativos com poder legal de contratar com entidades públicas e que, segundo as investigações, o rombo pode chegar a R$ 200 milhões.

A conclusão do inquérito estava previsto para esta sexta-feira, mas com a pendência da perícia, a delegada Heloisa Albuquerque, responsável pelo caso, quer estender as investigações até a próxima semana. A análise de documentos apreendidos ainda não foi finalizada e restam dados que precisam ser confrontados.

Outro motivo apontado também se refere as oitivas que vem sendo realizadas desde o dia 7 de abril, data em que 31 pessoas foram presas acusadas por formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação.


Confira a lista de quem permanecerá preso:

CARLOS ROBERTO RIBEIRO DE MIRANDA
CELINO HENRIQUE LUGON FRAGA
EVANDRO VITÓRIO
FRANCISCO SALVADOR DE MATTOS
JOSÉ LUIS GOMES BEZERRA
LUCIANO DE CARVALHO MESQUITA
MARIA GUIMARÃES BUENO DE ARAUJO
RENATA GUIMARÃES BUENO
RONILDO LOPES DO NASCIMENTO
RONILTON SOUZA CARLOS
VALDEBRAN CARLOS PADILHA SILVA
WALDEMIR JOSÉ PADILHA SILVA

Servidores que devem ser afastados dos cargos públicos:

MARCO ANTONIO STANGHERLIN
MARCIO SOUZA FARIAS
GLEIDA MARIZA COSTA
ÍDIO NEMÉSIO DE BARROS NETO
LAURIEL FRANCISCO DA SILVA
EDSON RICARDO PETILE
PAULO FELIX CASTRO DE ALMEIDA
RAUL DIAS DE MOURA
RAFAEL BELLO BASTOS
WASHINGTON LUIS MELO DOS ANJOS
MARIO LEMOS DE ALMEIDA
WARLEY GUERRA DUARTE
ODIL BENEDITO ANTUNES DO NASCIMENTO

Leia a decisão na íntegra clicando aqui

Primeira atualização às 19h10/ Segunda atualização 19h25