Apesar da maioria esmagadora das lideranças do PPS ter optado por apoiar ao empresário Mauro Mendes (PSB), a situação ainda é tensa. Exemplo disso foi a forma como a reunião foi conduzida nesta semana, na qual ocorreram mais bate-bocas e acusações.

O socialista até poderá ter a sigla na coligação Mato Grosso Muito Mais, porém terá de contar com um partido pela metade, no qual lideranças importantes trabalharão para seu adversário, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB). Mendes terá de mostrar toda sua capacidade de articulador tratar não só da divisão interna no PPS, como também na negociação com a sigla presidida pelo deputado estadual Percival Muniz, líder do movimento.

Neste momento, qualquer faísca poderá causar um incêndio no movimento Mato Grosso Muito Mais, por isso, Mendes e Muniz terão de estar unidos para garantir que o PPS acabe não resistindo até as convenções, marcadas para junho e mudando os rumos deixando o empresário nas mãos.

O ex-secretário geral do partido, Elismar Bezerra (PPS), que pertence ao staff do tucano é um dos que deverá se dedicar à campanha de Santos, independente da decisão do partido, juntamente com ele, seus súditos deverão segui-lo durante a eleição. O mesmo deverá ocorrer com o vereador Ivan Evangelista (PPS) e com Wagner Simplício. Os três até tentaram impedir a realização da votação na reunião de quinta-feira (15).

Além disso, a decisão de apoio a Mendes passará pela executiva nacional presidida por Roberto Freire, considerado inimigo do deputado federal Ciro Gomes (PSB), provável candidato a presidente. Freire, a princípio, chegou a oferecer resistência a uma aliança com o PSB em Mato Grosso, até porque a sigla irá apoiar o PSDB na nacional.

Porém, na última semana Freire já sinalizou positivamente pelo nome de Mendes, sendo esta a esperança do empresário para contar com o PPS na aliança. O apoio da sigla é importante para que o pré-candidato ao governo tenha mais tempo no programa eleitoral na TV, já que os partidos que somam o Muito Grosso Muito Mais (PDT-PSB-PV-PPS) devem ter pouco mais de quatro minutos.

Apesar de já ter fortalecido o nome na baixada cuiabana, por ter disputado a eleição de 2008 para Prefeitura de Cuiabá, Mendes ainda é desconhecido no interior, por isso, trabalha para não perder os apoios já conquistados e conseguir tempo suficiente para mostrar suas propostas e popularizar seu nome.