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Literalmente dividido, PT vive uma de suas piores crises

19 Abr 2010 - 08:52

Da Redação - Marcos Coutinho e Alline Marques

Após embate fratricida nos últimos seis meses, que culminou com a realização de uma prévia para escolha do candidato do PT ao Senado, o partido vive hoje um dos piores momentos de sua história de luta em Mato Grosso. Com a decisão da senadora Serys Slhessarenko, de encerrar sua carreira política após ser derrotada na prévia realizada nesse domingo (19), pelo deputado federal Carlos Abicalil, presidente do diretório regional, a legenda pode viver uma crise sem precedentes, pois, sem dúvida, que esta foi a primeira vez que projetos pessoais ficaram acima do interesse partidário.


É bom ressaltar que a briga interna só ocorreu porque um grupo liderado por Abicalil decidiu que ele deveria ser candidato ao Senado, apesar de a senadora Serys ter feito um dos melhores mandatos da história do PT, fato confirmado pelo próprio deputado federal. Contudo, a ambição pessoal falou mais alto. E para quem ainda duvida, a ambição pessoal pode ser irmã gêmea do sucesso, mas também pode der a irmã siamesa da soberba, da arrogância e, sobretudo, do fracasso coletivo.

Sem embargo, qualquer petista, cidadão ou eleitor pôde constatar, nos últimos meses, que a disputa interna tornou-se muito mais do que uma simples prévia, diante da disposição de ambas as facções em buscar o voto do eleitor petista a qualquer custo. Além disso, essa situação beligerante fica mais explíicita ainda nas declarações ácidas dos integrantes dos grupos das bases de Serys e Abicalil.

A parlamentar petista, por exemplo, considerou a atitude de Abicalil como uma "agressão" ao seu histórico de luta. “É estranho isso da parte dele, especialmente de um dirigente, que deveria usar da sinceridade e trabalhar pela união do PT. Essas afirmações dele é uma atitude desleal. Se alguém rompeu alguma coisa, não fui eu”, criticou Serys, em declaração recente.

Por outro lado, Abicalil afirmou que suas intenções eram legítimas e que Serys deveria rever seus conceitos e ser candidata a deputada federal caso perdesse a prévia, fato que se confirmou neste domingo. “O meu pensamento enquanto presidente do partido é olhar para o futuro, não olhar para trás. É perceber que não há nada do atual cenário político que possa prejudicar minha candidatura ao Senado. Se fosse pelo meu comodismo o melhor seria garantir o meu mandato de deputado federal, mas proponho essa mudança porque acredito no crescimento do partido”, explicou.

A disputa interna começou em fevereiro deste ano quando o deputado informou oficialmente à senadora que pretendia ser pré-candidato ao Senado pelo PT, em 2010, conforme antecipou o Olhar Direto, em primeira mão. O comunicado foi feito durante reunião que durou cerca de uma hora, em Brasília.

Após meses de especulações foram realizadas ontem (19) as prévias internas, que culminaram na vitória de Abicalil que e deverá disputar uma das duas vagas de senador que estarão em jogo nas eleições gerais de outubro. Ele venceu a disputa contra a senadora Serys Shessarenko por uma diferença de pouco mais de 1%do votos.

Com toda esta briga, o PT ficará marcado ainda por vetar, pela primeira vez, uma candidata à reeleição de disputar a eleição. A senadora até tentou “ameaçar” os correligionários com a informação de que irá deixar a vida política, mas o discurso não colou e agora a petista amarga uma derrota sem precedentes em sua trajetória. Uma derrota com gosto de traição.

Serys, que já chegou a comandar o partido e disputar a eleição para o governo, indo para o sacrifício em nome da sigla, perdeu totalmente a confiança dos militantes, principalmente no interior. Já que em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop e em outras grandes centris, a parlamentar garantiu a vitória nas prévias.

O problema é que esses oito anos de mandato custaram caro para Serys. Ficando mais em Brasília, a petista acabou ficando distante das bases, que acabaram sendo “conquistadas” pelo grupo de Abicalil. Como aliados, Abicalil contou com o apoio do ex-secretário de Educação, Ságuas Moraes, e do deputado estadual Alexandre César. Maiores beneficiados com a decisão da prévia, Moraes vai disputar a eleição para deputado federal e Alexandre para estadual com apoio do presidente do partido e pré-candidato ao Senado.

Sem mais delongas, agora Abicalil terá de mostrar a mesma habilidade para unir os 23 mil militantes em Mato Grosso em torno de seu nome e, principalmente, em prol da candidatura da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Além disso, terá a missão de realizar uma aliança forte que dê sustentação ao palanque da candidata petista à Presidência da República. Para muitos, ambas as missões são muito difíceis de serem executadas.

Primeira atualização às 09h03/Primeira correção às 09h01

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