O ex-secretário de saúde de Cuiabá e pré-candidato ao Senado pelo PSDB Luiz Soares condenou a decisão do PT de lançar o deputado federal Carlos Abicali (PT) ao senado em detrimento senadora Serys Slhessarenko (PT), a qual teve o direto de reeleição vetado. Segundo ele, isso só ocorreu porque a sigla trabalhista tornou-se muito pragmática no sentido eleitoral e pouco idealista.

“Eu entendia melhor esse partido na época da utopia, do sonho. Agora o pragmatismo tomou conta deles”, declarou o ex-deputado constituinte em entrevista ao Olhar Direto. “A democracia do PT é complexa demais para meu modesto entendimento”, completou em tom de ironia.

De acordo com Soares, a atitude do PT ignora toda a atuação parlamentar de Serys. “Colocaram a atuação da senadora sub judice. Colocaram como negativa a atuação da Serys, que encerra o mandato como se já não fosse senadora”.

Questionado sobre como avalia a decisão petista, Soares se solidarizou com a parlamentar petista e disse lamentar o ocorrido. “Eu considero que ela fez um bom mandato, ou pelo menos não desonrou a Mato Grosso, diferente de outros”.

A posição do tucano converge com a da própria Serys. Em diversos momentos da campanha às prévias que definiram o candidato ao Senado do PT-MT ela frisou o fato de ser a única senadora que teve o projeto de reeleição vetado pelo partido.

Após ser derrotada nas prévias, ela já adiantou que ficará fora das eleições de 2010 e defendeu apoio ao pré-candidato a governador Mauros Mendes (PSB) enquanto o grupo de Abicalil parecia ter definido apoio a Silval Barbosa (PMDB). Entretanto, o próprio deputado federal já abriu negociações com Valtenir Pereira, presidente regional do PSB.

Enquanto isso, Silval Barbosa já emitiu diversas declarações a imprensa com o intuito de ‘enquadrar’ o PT. Inclusive, o peemedebista já teria até mesmo convocado a senadora petista, a percussora da idéia de apoio a Mendes, para uma reunião.