Se Mauro Mendes (PSB) já chegou a fazer pedidos para que os partidos dos blocos rivais parassem de tentar cooptar os partidos do projeto pelo qual é pré-canditato a governador, o Mato Grosso Muito Mais, hoje ele dá mostras de que pode ter invertido a situação. "Quem olha muito para o do outro acaba perdendo o que é seu", comentou o pré-candidato do PSB, durante o encontro do projeto Mato Grosso Muito Mais realizado na noite de terça-feira (27). "Sou de especular pouco. De esperar os outros passando e dar o bote na hora certa", completa.
O exemplo mais claro dessa mudança de posição é o PT de Mato Grosso. Por mais que os deputados federais Valtenir Pereira, presidente regional do PSB, e Carlos Abicalil, presidente regional petista, não selem um acordo sobre as disputas proporcionais e, consequentemente, majoritárias, a senadora Serys Slhessarenko (PT) já declarou defender a candidatura de Mendes.
Ainda que a proposta da senadora de o PT seguir com Mendes em Mato Grosso venha a ser descartada, ela já serviu para acentuar a cisão da sigla. O racha interno foi construído pelo processo de prévias utilizado para definir o candidato ao Senado do partido - disputa vencida por Abicalil em detrimento de Serys.
A parlamentar já recebeu declarações de apoio do vereador Lúdio Cabral (PT) e da ex-vereadora professora Verinha (PT). Fatos que podem ter reflexos na campanha, com dissidências partidárias, e depois nas urnas.
Percival Muniz, deputado estadual e presidente regional do PPS, um dos articuladores da candidatura de Mauro Mendes, também insiste que, de forma mais velada, lideranças do PR e do DEM demonstram simpatia ao projeto encabeçado por Mauro Mendes. Por mais que o apoio oficial desses partidos seja a outros candidatos, o parlamentar aposta na dissidência partidária.
Entretanto o mesmo pode acontecer no PPS. Naquela sigla, importantes lideres do diretório de Cuiabá, como o vereador Ivan Evangelista e o secretário municipal Elismar Bezerra defendem que o PPS apoie o pré-candidato do PSDB ao governo, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos.
O projeto Mato Grosso Muito Mais, por hora, conta com PSB, PDT, PPS e PV, mas está de olho em alguns outros partidos, conforme Mendes confirma. Seria uma forma de dar o 'troco' aos outros candidatos que já cooptaram algumas agremiações, como PRTB e PMN, as quais chegarama flertar com o Mato Grsso Muito Mais, mas acabaram apoiando outros projetos.
Também seria uma respostas as tentativas de, hora Wilson Santos, hora Silval Barbosa (PMDB), respectivos pré-candidatos ao governo por suas siglas, tentarem atrair o PDT e o PPS.