O senador Jaime Campos (DEM/MT) propôs que o Senado Federal ajude a investigar os reais perigos do plantio de cana-de-açúcar na região do Alto Araguaia. Em discurso na tribuna do Senado, ele alertou para a os efeitos prejudiciais ao setor produtivo do Estado de Mato Grosso devido ao zoneamento da cana na região e a diminuição drástica desta cultura na região.
“Hoje existem 120 mil hectares cultivados no Alto Araguaia. Este ano vão baixar para 96 mil hectares e a tendência é reduzir esta área até que não haja mais a produç!ao de cana na região”, protestou.
Segundo ele, o decreto federal 6.961, de setembro passado, além de além de reduzir a área de plantio, suspendeu as linhas de crédito para o setor. Com isso, assegura Jaime, os canaviais plantados naquela região estarão fadados a uma morte lenta e gradual.
“Isto porque esta cultura necessita de um rodízio de 20% da lavoura ao ano. Ou seja, para sobreviver como atividade econômica, a cana precisa se repetir em ciclos a cada cinco anos renovando áreas que garantam estáveis os níveis de produção”, explicou.
O senador disse ainda que o ato federal é uma afronta ao rito legislativo, pois ao mesmo tempo em que remeteu para o Congresso Nacional um projeto de lei criando o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Acúcar, estabelecendo zonas de exclusão para o seu cultivo, “a presidência firmou decreto confirmando as proibições que deveriam ser examinadas e discutidas pelo parlamento brasileiro”.
Segundo ele, a Embrapa já sinalizou que a produção de cana-de-açúcar naquele bioma não oferece riscos ao meio ambiente. “É preciso garantir a produção econômica do nosso Estado sem prejudicar o meio ambiente. De um lado a comunidade internacional requer maior controle na conservação ambiental, de outro se exige cada vez mais um bom desempenho do setor agrário para sustentar os nossos índices de crescimento”, argumentou Jaime.