Apontado inicialmente como o maior legado da Copa do Pantanal Fifa 2014, as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), com 22,5 quilômetros de trilhos ligando Várzea Grande a Cuiabá, recebeu tratamento de mais um escândalo nacional, em reportagem exibida pelo
Fantástico, principal programa semana de jornalismo da Rede Globo (TV Centro América).
A reportagem dá ênfase ao fato de que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) estar preso há mais de seis meses, mas não especifica os motivos. E cita que o novo governo de Mato Grosso contratou uma consultoria, por ordem da Justiça Federal, para saber se vale a pena ou não concluir o serviço. Os dois assuntos foram exaustivamente tratados em diferentes reportagens do
Olhar Direto, nos últimos meses: retomada do VLT e prisão de Barbosa.
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“Em Cuiabá, cidade sede da copa, a construção do VLT, virou alvo de uma CPI na Assembleia Estadual. O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, é réu no processo que investiga indícios de desvios de recursos da obra. Ele está preso há seis meses, suspeito em outro caso de crimes contra a administração pública”, apontou a reportagem do
Fantástico.
“Se se mostrar totalmente viável, a obra vai, sim, vai ser retomada”, afirmou o secretário de Estado das Cidades, Eduardo Chieletto, para o
Fantástico. A reportagem da Rede Globo pontuou que “até agora foi gasto R$ 1 bilhão no VLT de Cuiabá”.
Silval Barbosa respondeu, em nota, que defende o VLT em qualquer circunstancia. Ele disse que está à disposição das autoridades policias para esclarecer todos os pontos que envolvem as obras da Copa do Pantanal.
Além da Grande Cuiabá, a reportagem abrangeu obras do gênero em Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Recife (PE). Durante vários anos, o então governador Silval Barbosa afirmou que o VLT seria o maior legado a Copa do Mundo para a Grande Cuiabá.
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Conclusão em 19 meses
Iniciadas em 2012 e paralisadas desde o final de 2014, as obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos podem ser concluídas em um prazo de 19 meses, entre a assinatura da ordem de serviço para a retomada dos trabalhos e a fase de testes do novo sistema de metrô de superfície.
É o que sugere cronograma apresentado pela empresa de consultoria KPMG em relatório parcial de auditoria entregue à Justiça Federal em janeiro e divulgado na íntegra pela Secretaria estadual de Cidades (Secid), em fevereiro.
A empresa foi contratada por ordem judicial para avaliar a viabilidade de retomada do contrato de R$ 1,477 bilhão para as obras do VLT, atualmente suspensas devido a um processo em andamento na Justiça Federal envolvendo o governo de Mato Grosso e o consórcio de empreiteiras responsáveis pelas obras. Enquanto o contrato entre as partes segue judicializado, ainda não há data prevista para a retomada dos trabalhos.
Entretanto, considerando apenas o aspecto físico do empreendimento, o relatório da KPMG aponta que, caso o Estado consiga solucionar o imblógico com Consórcio VLT, além das pendências em desapropriações, é viável conduzir em 19 meses os trabalhos de engenharia, desde que executados paralelamente em todas as frentes de intervenção para a implantação do metrô de superfície.
Após analisar os termos do contrato assinado pelo estado e o andamento das obras até o momento de sua paralisação, o relatório apontou que não procede a alegação do Consórcio VLT de que, caso retomadas, as obras de implantação demandariam mais 42 meses. Em 2015, o consórcio chegou a apresentar ao estado proposta de encerrar as obras do VLT em 2018.
A estratégia proposta pela KPMG consiste em realizar intervenções de engenharia simultaneamente em todas as três fases de implantação dos 22 quilômetros de trilhos e estações do metrô de superfície na Grande Cuiabá: a fase 1, entre o Centro de Controle e Operação (CCO), em Várzea Grande, e a região do Porto, em Cuiabá, trecho integrante da primeira linha; a fase 2, entre o Porto e a região do Centro Político Administrativo (CPA), também na primeira linha; e a fase 3, entre o Morro da Luz (centro de Cuiabá) e a região do Coxipó, passando pela Avenida Fernando Corrêa, parte integrante da segunda linha projetada do VLT. (
Colaborou Wesley Santiago).