Olhar Direto

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Opinião

O SUS em Mato Grosso: Entre Cuidados e Desafios.

Na vastidão do Mato Grosso, onde o horizonte se estende como um lençol de esperança, o Sistema Único de Saúde (SUS) desenha sua trajetória peculiar. É uma trama de vozes, de histórias entrelaçadas, e eu, como observador privilegiado, me aventuro a narrar essa crônica.

O SUS, essa teia de proteção social, é como um fio invisível que costura os dias dos mato-grossenses. Ele não é apenas um acrônimo; é um sussurro de solidariedade que percorre as estradas poeirentas do nosso Pantanal e os rios sinuosos do Cerrado e da nossa Amazonia. Nas Unidades Básicas de Saúde, onde as paredes desbotadas abrigam equipes de saúde da família, o SUS se materializa.

São médicos, enfermeiros e agentes comunitários que, com sorrisos cansados, acolhem os que chegam, independentemente de cor, peso ou beleza.

As Vigilâncias em Saúde são sentinelas atentas. A Sanitária, com seu olhar crítico, inspeciona os cantos mais sombrios, garantindo que a higiene e a segurança sejam aliadas da saúde.

A Epidemiológica, como um detetive, rastreia os passos dos vírus e bactérias, desvendando mistérios que ameaçam a coletividade. E a Ambiental, com seus olhos verdes de esperança, zela pelos rios e florestas, lembrando-nos que somos parte da natureza.

Mas há sombras nessa paisagem. Doenças endêmicas, como a Hanseníase, escondem-se nos recantos mais remotos. Os rostos marcados pela doença contam histórias de isolamento e preconceito. O SUS, com suas mãos estendidas, busca curar não apenas os corpos, mas também as almas feridas.

E então, o SAMU, o número 192, ecoa como um chamado urgente. As ambulâncias cortam a noite, luzes piscando como estrelas apressadas. O socorro chega, e o SUS se revela como um anjo de jaleco branco, tecendo vidas em meio ao caos.

O processo civilizatório do Estado ainda titubeia. Os códigos de saúde, como o Código Estadual de Saúde, são como mapas antigos, com rotas desgastadas e margens borradas. Precisamos avançar, desbravar novos caminhos. A saúde não é um privilégio; é um direito que deve ser escrito em letras garrafais nas páginas da história.

E assim, entre o sol escaldante e as chuvas torrenciais, o SUS em Mato Grosso segue sua saga. Ele é o coração pulsante, a sinfonia de vozes que se entrelaçam. E eu, como cronista, sigo observando, registrando os momentos em que o SUS se torna mais do que um sistema: ele se torna esperança, vida e resistência.

Que o vento do cerrado leve essa crônica aos confins do mundo, para que todos saibam que, no Mato Grosso, o SUS é mais do que uma sigla. É a promessa de cuidado, a certeza de que, mesmo nas trilhas mais árduas, há mãos estendidas, prontas para curar e acolher.

Esta crônica é dedicada aos heróis anônimos do SUS, que enfrentam desafios diários com coragem e compaixão.

Luiz Fernando Rogério é Gestor de Sistemas, Hospitais e Serviço de Saúde.
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