O Congresso dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (25) que concluiu o projeto de reforma do sistema financeiro, após mais de 20 horas de debate em uma sessão que atravessou a madrugada. A proposta representa uma vitória histórica do governo de Barack Obama, que assumiu o governo em janeiro de 2009 em meio à pior crise econômica do país em 70 anos.
A reforma ainda precisa ser aprovada pelos parlamentares antes de seguir para a avaliação presidencial. Os políticos e o próprio Obama dizem esperar que ela chegue à Casa Branca até o dia 4 de julho – feriado nacional nos EUA.
O principal objetivo da medida, debatida como principal bandeira do governo Obama, era evitar a repetição de uma crise econômica como a de 2007.
O que começou como uma bolha no sistema imobiliário contaminou bancos e levou várias instituições econômicas à falência, além de colocar a economia americana em recessão.
A reforma vai alterar as leis que regulamentam o setor financeiro americano, deixando a supervisão mais rígida e elevando as restrições de atuações das empresas do setor em Wall Street.
Os democratas (aliados do partido de Obama) lideraram uma onda de críticas públicas contra o setor, cujas empresas davam bônus milionários a seus executivos enquanto suas contas fechavam no vermelho. Algumas delas, como a seguradora AIG e bancos como o Bank of America, o Citybank e o JP Moragan Chase foram socorridas com dinheiro público para evitar mais quebras.
Para o deputado democrata Barney Frank, que presidiu o painel de votação do Congresso, a medida é histórica e vai ajudar a moldar novas regulações financeiras ao redor do mundo.
- Nós nos preocupamos sobre as grandes quantias de dinheiro. Eu me preocupo com as grandes quantias de dinheiro que têm influência corruptiva, mas é tranquilizador saber que quando a opinião pública está engajada, ela ganha.
Obama deve viajar nesta sexta-feira ao Canadá para a cúpula do G20 (grupo das vinte economias mais desenvolvidas do mundo) e deve falar sobre a reforma como modelo para outros países, que tentam coordenar seus esforços para a reforma.