A aquisição de 94 ônibus escolares pelo Governo do Estado deverá ser o novo alvo de investigação logo após a Auditoria Geral (AGE) finalizar o relatório que apura o suposto superfaturamento na compra de maquinários. Isso diante do fato de que os veículos são provenientes do mesmo financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) destinado ao Programa “MT 100% Equipado”, através do qual foram adquiridos 705 veículos entre máquinas e caminhões pelo Governo.
O montante do financiamento solicitado pelo Estado foi de R$ 255 milhões, sendo que o valor de R$ 241 milhões foi destinado à compra dos maquinários e R$ 14 milhões para os ônibus voltados a portadores de necessidades especiais.
Os veículos são oriundos do “Programa Passageiro Especial” e foram entregues à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Pestalozzis, nos municípios mato-grossenses. O lançado ocorreu no dia 22 de fevereiro, pelo então governador Blairo Maggi (PR), que também solicitou a Auditoria Geral que auditasse os procedimentos da compra, já que também foi feita por meio da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
O auditor geral do estado, José Alves, disse, em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto, que deverá solicitar uma pré-auditoria para verificar se houve ou não sobrepreço na aquisição dos ônibus. No entanto, informou ainda que a medida será tomada somente após a concluir o relatório referente aos 705 veículos entre máquinas e caminhões.
“Preferimos dar prioridade nessa questão (máquinas), para depois checar se há irregularidades ou não na aquisição dos ônibus”, declarou. Alves destacou que não há registro de denúncia ou indícios de superfaturamento, mas ponderou ao declarar que vai acatar a determinação feita pelo Governo e deverá solicitar os documentos do pregão feito pela Sinfra.
O pedido de informações também deverá estender para a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), comandada por Ságuas Moares. Questionado sobre o assunto, o secretário apenas informou que a instituição não tem nenhum tipo de envolvimento na questão, já que se trata de entidades filantrópicas.
Se confirmado o superfaturamento, um novo escândalo deverá desgartar ainda mais a imagem do Governo e culminar nos projetos políticos do governador Silval Barbosa (PMDB), que tenta reeleição e Blairo Maggi que disputa uma das duas vagas no Senado.
Na compra de 408 caminhões e 297 máquinas, as concessionárias acabaram recebendo indevidamente R$ 36,8 milhões, é o que consta na auditoria preliminar já realizada. O maquinário foi repassado às 141 prefeituras mato-grossenses.
