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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

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'Qualquer um se sentiria seguro ali', diz mulher assaltada em delegacia

“Quem não se sentiria seguro dentro de uma delegacia? Qualquer um se sentiria”, desabafa a comerciante de 52 anos assaltada dentro do 1º Distrito Policial de Salto, a 107 km de São Paulo, na tarde de quinta-feira (13). Ela que foi ao local registrar uma queixa de furto de seu celular, viu dois homens levarem R$13,5 mil que estavam em sua bolsa. “Ainda estou tentando entender tudo isso”, disse ela ao G1 nesta sexta-feira (14). Ela não quer se identificar.


A comerciante tinha acabado de sacar o dinheiro no banco, passou em uma loja de penhores e de lá foi direto para a delegacia. O dinheiro seria usado para pagar dívidas e para quitar as despesas com a viagem de seu filho que voltou da Inglaterra há poucos dias.

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Policiais não viram mulher ser roubada em delegacia, diz seccional Ladrões roubam bolsa de mulher dentro de delegacia no interior de SP Corregedoria da Polícia Civil apura caso da mulher roubada em delegacia Segundo ela, os dois homens entraram na delegacia e foram direto em sua direção. “O rapaz entrou e não viu mais nada, nem ninguém, foi direto para minha bolsa”, diz.

Ela conta que agarrou a bolsa e foi sendo arrastada por um dos assaltantes, enquanto o outro homem gritava para que o colega atirasse nela. Ela acabou tendo o braço ferido e precisou receber atendimento médico. “Acho que ele não atirou porque não tinha bala ou por medo de atingir o outro homem que estava me puxando”, afirma.

O dinheiro levado pelos dois homens veio de uma herança recebida pelo marido da vítima, R$15 mil. Como ela havia pagado cerca de R$2 mil na loja de penhores, não restou nada da herança. “Sinceramente não tenho esperança de rever esse dinheiro, nem mesmo que os ladrões sejam presos”, diz.

Ou eles não sabiam que era uma delegacia ou sabiam que não tinha muita segurança lá"VítimaNinguém tentou impedir o roubo dentro da delegacia. Estavam no local, um escrivão, uma carcereira e uma funcionária da prefeitura. Os dois primeiros estariam armados. “O escrivão falou na minha frente que achou que era uma briga de casal”, conta a comerciante.

Após o roubo, o caso tomou grandes proporções na cidade, onde, segundo ela, não se fala em outra coisa. “Ou eles não sabiam que era uma delegacia ou sabiam que não tinha muita segurança lá”, afirma.


Policiais dizem que não viram
O escrivão e a carcereira do 1º Distrito Policial de Salto que estavam na delegacia contestaram nesta manhã à Corregedoria da Polícia Civil e aos seus superiores a versão de que eles viram a ação criminosa e não fizeram nada porque teriam confundido o roubo com uma briga de casal. Eles alegam que estavam trabalhando em salas separadas do plantão policial e, por isso, não assistiram ao assalto. Disseram ainda que ouviram uma “gritaria”, acharam se tratar de uma briga de casal, quando se deram conta foram ver o que acontecia e viram homens saírem com a bolsa da mulher. Só depois eles teriam percebido que eram assaltantes em fuga.

O delegado seccional de Sorocaba, André Moron, disse ao G1 que talvez os criminosos tenham confundido o distrito com qualquer outra repartição pública. “Como a delegacia funciona numa casa improvisada, ao lado de uma creche, os policiais acham que os assaltantes não são da região. Eles acreditam que os bandidos não pensaram que estavam dentro de uma unidade policial. Afinal de contas, foi uma ação bastante ousada”, disse o delegado Moron.
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