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Quinta-feira, 09 de maio de 2024

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Nilmar vive expectativa da primeira Copa e do primeiro filho

Na série especial sobre os brasileiros que vão disputar a Copa do Mundo, o destaque de hoje é um jogador que já tem troféu garantido em julho: ele vai ser papai.


Brinco, brincão ou brincões são comuns no futebol, mas não na casa do Seu Nilton Honorato, pai de Nilmar. “Eu disse para ele: ‘Não coloca brinco, meu filho, pelo amor de Deus. Deixa o cabelo crescer, mas brinco não põe que não pega”, lembra o pai.

Ele bebe o quê? “Adoro leite”, conta Nilmar. “Ele mamou até os três anos”, acrescentou a mãe do atacante.

Foi uma luta criar. Antes do caçula, Dona Marisa já tinha um casal de filhos. “Ela achou que tinha alguma coisa na barriga. Foi fazer exame e era eu. Ela até brinca que eu sou o quisto, a rapa do tacho”, comenta Nilmar.

O jogador ficou 15 dias sem ser registrado, mas a criatividade prevaleceu. “É ’Nil’ de Nilton, o nome do pai, e ‘Mar’ de Marisa: NIlmar”, explica o atacante. “Não é que o nome pegou?”, diz, orgulhoso, o pai.

O escudo da CBF, fotos recentes da seleção e, em volta da maçaneta, está Nilmar. Desde que o técnico Dunga abriu as portas da seleção para ele, o atacante respondeu sempre com gols e se firmou na maior vitrine do futebol mundial.

Falando em vitrine, Nilmar pôsteres mostram o jogador no Internacional, no Lyon, no Corinthians e na seleção. Bem ao lado do Paulinho ou do irmão, Fabrício Honorato.

“Ele comprou o posto e colocou todo mundo para trabalha. A gente vive da renda do posto. Lá trabalham o melhor amigo dele, que ele ajudou”, comenta o irmão de Nilmar, Fabrício Honorato.

“Proporcionar isso para eles é... Acho que não tem satisfação maior de ver meus pais bem e meus amigos felizes”, comentou Nilmar.

A cidade de Bandeirantes tem 34 mil habitantes e fica localizada no interior do Paraná. O que tem de legal em Bandeirantes? “Muito sotaque”, brinca um senhor.

Tem ainda um sítio, com suítes confortáveis, TV nos banheiros, portas que parecem passagens secretas. E portas que fazem qualquer um parecer miúdo. Além disso, tem campo e piscina, sem borda, tudo chique.

“Aquilo lá é um sonho que eu tinha de ter e de construir desde pequeno”, disse o atacante.

Nilmar fez. Para o futuro e para a família, que há dez anos vivia do salário de garçom do pai e que tinha esperanças naquele filho franzino bom de bola. Na época, o pai procurou um amigo: João Cabelinho. Ele era o zelador do campo.

“Chegou um dia, o pai dele falou assim: ‘João, você não dá uns treinos particulares no rapaz no campo?’”, lembra João Cabelinho.

João Cabelinho foi o primeiro treinador, o treinador pessoal de Nilmar. Dali, o atacante seguiu para o Matsubara do Paraná e, aos 15 anos, para o Internacional. O pai o deixou em Porto Alegre e voltou para Bandeirantes.

“A hora de me despedir dele foi triste. Aquilo deu aquela vontade de chorar”, comenta Seu Nilton. “No dia em que ele foi embora, deu aquela depressão, uma choradeira num canto, sozinho. Não mostrava para ninguém”, acrescentou Nilmar. “Ele também ficou chorando, virou e fui andando devagarzinho”, disse o pai.

Depois, foi tudo rápido. NIlmar despontou no Inter, foi vendido ao Lyon da França, pouco jogou por lá e voltou para fazer gols pelo Corinthians. Mas num clássico contra o Palmeiras, uma séria lesão no joelho o deixou seis meses fora. “Aquilo caiu como... Nossa, desaba o mundo”, disse Nilmar.

Ele voltou no quarto jogo. “Contra o Palmeiras de novo, no Morumbi outra vez, foi o outro joelho”, conta Nilmar. “Quando ele machucou o outro joelho, eu fiquei ruim. Quase morri”, disse o pai. “Eu pensei: será que vou voltar a ser o mesmo? Será que eu vou conseguir fazer o giro que eu gostava de fazer, as arrancadas?”, lembra o atacante.

Talvez tenha melhorado. Nilmar hoje é o principal jogador do Villareal da Espanha, um colecionador de golaços. “O gol contra o Juventude, para mim, está entre os mais bonitos”, elege.

E o gol mais famoso? Foi contra o Corinthians, ano passado. “É a coisa mais linda aquele gol. Uma pintura”, gaba-se o pai. Pela seleção, Nilmar fez sete gols em 11 jogos. E vai ser pai em julho, logo depois de sua primeira Copa do Mundo.

Como num conto de fadas, “vivemos felizes para sempre”, diz o irmão de Nilmar, Fabrício Honorato.
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